CAPÍTULO
I
1.0 Introdução
Dentre
muitos desafios do homem, desde a sua existência, a
água já existia sendo um líquido vital para os seres vivos e muito mais para a
espécie humana torna se necessário a sua conservação, tratamento e sua gestão
não obstante a preservação das propriedades físicas e químicas, isto é, as
características como o cheiro, sabor, cor e sua exposição química no que se
refere a quantidade e qualidade dos minerais dissolvidos na concentração e
entre outros aspectos que confere a quantidade deste líquido.
Considerando ser a classificação
deste líquido, essencial à defesa do seu nível de qualidade, avaliado por
parâmetros e indicadores específicos, de modo a assegurar seu uso preponderante.
O enquadramento do corpo da água deve estar baseado não necessariamente no seu
estado actual, mas sim nos níveis de qualidade que deveriam possuir para
atender às necessidades da comunidade, neste caso a saúde e o bem-estar humano,
bem como o equilíbrio ecológico aquático, não devem ser afectado como consequência
da deterioração da qualidade das águas. Necessita se melhor especificação dos
parâmetros e limites associados aos níveis de qualidade requerido sem prejuízo
de posterior geração.
A
qualidade do consumo do líquido impróprio pode fornecer pistas sobre os
problemas de saúde delas decorrentes (KOTCHEN TA e KOTCHEN JM, 1997).
O presente trabalho traz uma abordagem a cerca da composição das águas
do rio Nhantsawe na província de Manica distrito de Báruè. As águas daquele
rio, por serem impróprias para consumo mostram as características físicas,
químicas e microbiológicas duma forma indesejável, e por sua vez a comunidade
daquela região consomem aquela água e acabam provocando efeitos negativos nas
espécies sanitários e ambientais para o ecossistema da região banhada pelo rio
em referência. Dentre efeitos sanitários destacam se: doenças diarreicas,
avitaminose, bilharziose e entre outras. Sendo assim, pretende se traçar
técnicas, normas e directrizes para minimizar este problema de modo que a população
passe a beber água com características recomendada pela organização do
ministério de Saúde naquela região.
O trabalho com o tema em alusão teve foco de realização no
Distrito de Báruè na Localidade de Nhassacara com a perspectiva de avaliar o
seu nível de potabilidade.
Os conteúdos deste trabalho estão organizados para além dos
elementos pré-textuais, por cinco capítulos, que são: capítulo I, Introdução aonde
apresentou se aspectos gerais do tema procedimentos metodológicos, a delimitação
do tema, Justificativa da escolha do tema, Enquadramento do tema, a
Problematização, Hipóteses, Objectivos do trabalho, tipos de pesquisas e
técnicas de colecta de dados; capítulo II, Fundamentação teórica aonde
apresentou se revisão bibliográfica, revisão de literatura ou ainda resenha
bibliográfica sobre aguas do referido rio; capítulo III, o das metodologias da
pesquisa, aonde apresentou se os instrumentos ou técnicas de colecta de dados,
qual foi o caminho usado para adquirir as informações; capítulo IV, neste faz
se analise e interpretação dos dados; finalmente o capítulo V, conclusões,
sugestões e as referências bibliográficas.
1.1 Delimitação do tema
1.1.1 Delimitação Geográfica
O trabalho está delimitado no
estudo das águas do rio Nhansawe que se encontra na província de Manica distrito
de Báruè na localidade de Nhassacara. Neste contexto o estudo do tema será
focalizado principalmente no nascente do rio Nhansawe, de modo a provar as
águas do nascente, fazendo o estudo e tirando possíveis soluções, de modo que a
população desta região passe a beber e usar aguas com características aceitáveis.
Esta
localidade, localiza-se geograficamente através das coordenadas apresentadas.
Latitude
Sul, encontra 17° 36’ 16,85’’ e Longitude este, encontra 33° 17’ 7,94’’.
1.1.2
Delimitação Temporal
O
trabalho foi realizado no período compreendido entre Abril a Dezembro, do ano
2014 correspondente a 8 meses, dos quais os primeiros quatro meses para a
revisão bibliográfica e restantes para a pesquisa do campo e compilação da monografia
Cientifica.
1.2 Enquadramento do tema
O tema em estudo, enquadra se nos desafios do governo central no
melhoramento das condições de vida do povo, também entra nos desafios de
ministério da saúde em procura reduzir os índices de contaminação por ingestão
de bebidas alimentares e outras substâncias a disposição nas comunidades
Moçambicanas.
Na Universidade Pedagógica, o tema enquadra se nas cadeiras de
Química inorgânica, Química ambiental, Química analítica, e nas análises
laboratoriais.
1.3 Relevância do estudo
A água é um líquido
mais precioso a nível mundial, sendo assim um dos produtos da primeira necessidade
ao longo do tempo, e pertence a uma função inorgânica.
Com este estudo, a população continuará a consumir água daquele
rio com um certo conhecimento da sua qualidade e vai por via deste, incrementar
medidas ou atitudes que inibam os riscos que a mesma podem causar. Vai também
impulsionar o ministério de saúde ou o governo distrital em poder doar medicamentos
ou produtos químicos para combater os problemas de saúde que resultam deste líquido.
O
estudo ainda pode servir como instrumento para promover a consciência para uma
proposta de acção que minimiza os níveis de qualidade da água do rio Nhansawe para
um desenvolvimento sustentável, melhorando a saúde do povo daquela região.
1.4. Justificativa
Devido a problemática do consumo da água
imprópria, isto é fora dos padrões de potabilidade, foi a grande motivação que
impulsionou o estudo sobre este tema que sem dúvidas está a trazer um impacto
negativo em alguns aspectos na vida da população que a consomem. Portanto, esta
pesquisa está também no âmbito de despertar os dirigentes daquela região, organizações
governamentais e não governamentais, líderes comunitários e a sociedade
civil que venha a criar mecanismos de reduzir esta problemática.
Os resultados do estudo servirão como foco a
possibilidade de minimizar esta problemática das águas consumidas pela
população no distrito de Báruè na província de Manica, contudo visa reduzir o
nível de doenças encaradas pelo consumo deste líquido, assegurar a
sustentabilidade do bom crescimento do povo.
No entanto, para a escolha do tema deveu-se aos problemas encarado
pelos consumidores das águas do referido rio, que é uma preocupação para todos,
traçar directrizes para o tratamento da mesma e minimizar problemas enfrentados
pela população daquela região do País.
1.5
Problematização
Com a explosão demográfica, as necessidades humanas tendem ao seu
alastramento, trata-se de uma situação que está sendo vivida pela população que
se encontram ao longo das margens do rio, isto desde surgimento dos residentes
que agora esta região já tem o estatuto de localidade.
Portanto, legitimando se com
a dilema que se observa nos indivíduos da região destacada para a pesquisa,
levanta-se a seguinte questão:
·
Como minimizar os
problemas causados pelo consumo da água do rio Nhansawe na província de Manica
distrito de Báruè?
1.6 Hipóteses
·
A existência
excessiva dos sais minerais nas águas do rio Nhansawe pode estar na origem dos
problemas que se verificam naquelas comunidades que consomem;
·
A abertura de
estabelecimentos de água (bombas de água) por parte do governo distrital ou
provincial pode minimizar os constrangimentos da população Nhansawe;
·
A sensibilização
da população daquela região em fazerem a abertura de poços de água pode vir
atenuar os problemas que afectam os mesmos;
·
A criação de
técnicas e a disponibilização de substâncias capazes de neutralizar o excesso
dos sais existentes no rio em estudo, pode vir a minimizar os problemas naquela
região.
1.7 Objectivos
1.7.1 Objectivo
geral:
·
Sugerir técnicas
e estratégias para minimizar os problemas causados pelo consumo das águas do
rio Nhansawe na localidade de Nhassacara.
1.7.2
Específicos:
·
Determinar a
composição química, física e microbiológica das águas do rio Nhansawe;
·
Identificar as
doenças causadas pelo consumo desta água;
·
Identificar substâncias
capazes de reduzir os índices de contaminação da água consumida pela população da
localidade de Nhassacara;
·
Traçar estratégias
mais adequadas para minimizar a problemática que se regista naquela região do país
devido ao consumo de água imprópria.
CAPÍTULO
II
2.0 Fundamentação teórica
2.1 Historial do rio Nhansawe
O
rio Nhansawe situa na faixa costeira da localidade de Nhassacara na Província
de Manica no Distrito de Báruè, faz parte fronteira com Distrito de Guro da
mesma Província, uma zona com insuficiência de água para o consumo humano.
De
acordo com GABRIEL, (2014), o nome do rio Nhansawe provem da existência de
muitas algas no mesmo rio. Nsawe significa alga, cujo nome Nhansawe foi
atribuído no tempo dos antepassados pelo Nfumo Candhoquera, que era como régulo na altura.
Ele
com a família foram os primeiros que residiram naquela região antes do inicio
da luta contra os Portugueses, e depois desta guerra é quando aumentou o numero
da população com o decorrer do tempo.
O
actual líder, GABRIEL (2014) nasceu em 1964 e começou a residir naquela região
quando tinha três (3) anos de idade, isto é, em 1967 com os Pais. Já em 2011
tomou posse como líder daquela região, mas as características destas águas
nunca mudaram são as mesmas.
Gráfico
no 1: principais actividades
desenvolvidas na localidade de Nhassacara
|
|||||||||
|
Fonte: Autor (17-11-2014)
2.2 Histórial da água
2.2.1 O dia Mundial
da Água
O
Dia Mundial da Água foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) no dia
22 de Março de 1992. O dia 22 de Março, de cada ano, é destinado a discussão
sobre os diversos temas relacionadas a este importante bem natural.
Mas
porque a ONU se preocupou com a água se sabemos que dois terços do planeta terra
são formados por este precioso líquido? A razão é que pouca quantidade, cerca
de 0,008 %, do total da água do nosso planeta é potável (própria para o
consumo). E como sabemos, grande parte das fontes desta água (rios, lagos e
represas) está sendo contaminada, poluída e degradada pela acção predatória do
homem. Esta situação é preocupante, pois poderá faltar, num futuro próximo,
água para o consumo de grande parte da população mundial. Pensando nisso, foi
instituído o Dia Mundial da Água, cujo objectivo principal é criar um momento
de reflexão, análise, conscientização e elaboração de medidas práticas para
resolver tal problema. No dia 22 de Março de 1992, a ONU também divulgou um
importante documento: a “Declaração Universal dos Direitos da Água”.
Este
texto apresenta uma série de medidas, sugestões e informações que servem para
despertar a consciência ecológica da população e dos governantes para a questão
da água.
Mas
como devemos comemorar esta importante data? Não só neste dia, mas também nos
outros 364 dias do ano, precisamos tomar atitudes em nosso dia-a-dia que colaborem
para a preservação e economia deste bem natural. Sugestões não faltam: não
jogar lixo nos rios e lagos; economizar água nas actividades quotidianas
(banho, escavação de dentes, lavagem de louças etc); reutilizar a água em
diversas situações; respeitar as regiões de mananciais e divulgar ideias
ecológicas para amigos, parentes e outras pessoas. (DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS
DIREITOS DA ÁGUA)
2.3 Conceitos sobre a
água
A
água é um composto químico com duas partes de hidrogénio e uma de oxigénio
encontrado nos estados: sólido (gelo, neve), líquido (nuvens, mares, lagos,
rios), e gasoso (vapor de água). Componente líquido essencial para o
desenvolvimento e sustentação da vida, possui um grande poder de dissolução de
muitas substâncias químicas; por essa razão é considerada Solvente Universal
(CAMPOS, 2002).
No organismo humano a água actua,
entre outras funções, como veículo para a troca de substâncias e para a
manutenção da temperatura, representando cerca de 70% de sua massa corporal.
Hoje,
sabe-se da importância de se tratar a água destinada ao consumo humano, pois,
sendo um excelente solvente, é capaz de veicular grande quantidade de
contaminantes químicos e/ou biológicos (vírus, bactérias e parasitas) (TORRES
et al., 2000) através de contacto directo ou por meio de insectos vectores que
necessitam da água em seu ciclo biológico (CHARRIERE, MOSSEL, 1996).
2.4 Estrutura da Agua
Visto
no seu todo, a molécula de água, como tem forma de V, apresenta a situação ao
lado. Logo, a molécula de água é, na verdade, um depilo eléctrico, ou seja, uma
molécula polar onde os hidrogénios são pólos positivos e o oxigénio é o pólo
negativo.
Esta
peculiaridade se reflecte no seu comportamento em relação às outras moléculas
de água ou de outras substâncias também polares. O hidrogénio é um átomo
formado por um protão e um electrão. O oxigénio, como átomo muito
electronegativo.
Figura n° 1: Modelos das pontes de hidrogénio na água.
Fonte:
internet. 26 / 12/ 2014
2.4.1 Tipos de água
Na natureza, encontramos
diversos tipos de água, que variam de acordo com os elementos que a compõe.
Algumas são ideais para o consumo, enquanto outras são prejudiciais à saúde.
Água potável: é a água que pode ser
ingerida pelo homem. Para ser potável a água precisa apresentar as seguintes
características: incolor (perfeitamente transparente), não ter cheiro
(inodora), conter alguns sais minerais naturais (atualmente costuma-se,
acrescentar à água sais de flúor o que impede o desenvolvimento das cáries dentarias),
e ser estéril, isto é, isenta de micróbios causadores de doenças.
Água Mineral: contém no mínimo 500mg
de minerais por litro. Os produtos vendidos como “água natural” não sofrem
nenhuma modificação no conteúdo de minerais, enquanto outros produtos podem vir
da fábrica com ajustes.
Água com Gás: recebe artificialmente
o acréscimo de dióxido de carbono para ficar borbulhante, podendo ser ou não
enriquecida de sais minerais.
Rica em oxigênio: sem gás e sem sabor
tem alta concentração de oxigénio.
Aromatizada: muito utilizada no
preparo de drinks. É aromatizada artificialmente, podendo ou não ser
gaseificada.
Club Soda: água encanada,
filtrada, gaseificada e enriquecida com bicarbonatos, citratos, fosfatos e
outros tipos de sais minerais.
Água purificada: é aquela que foi
esterilizada e filtrada para remover seus minerais naturais.
Água destilada: é purificada por
evaporação, o que remove seus minerais. Os vapores são em seguida recondensados
para sua forma líquida – água.
Água salgada: é a água que contém
muitos sais dissolvidos, como a água do mar.
Água-mole: água da chuva que pode,
em alguns casos, substituir a água destilada, por ser mais pura e isenta de
sais minerais em relação a água das fontes ou dos rios.
Água de fonte: águas subterrâneas que
ao aflorarem na superfície, contém substâncias minerais e gasosas dissolvidas.
Existem diversos tipos de águas minerais. As principais são:
Salobra: levemente salgada e não
forma espuma com o sabão.
Acídula: contém gás carbônico. É
chamada também água gasosa. Tem um sabor ácido e é usada para facilitar a
digestão.
Magnesiana: nesse tipo de água
predominam os sais de magnésio. É usada para ajudar o funcionamento do estômago
e do intestino, função laxante e desintoxicaste. Quando ingerida em excesso
pode provocar diarréia.
Alcalina: possui bicarbonato de
sódio, combate a acidez do estômago e auxilia na digestão.
Carbônica possui dióxido de
carbono, o qual atua na superfície da pele, provocando vasodilatação.
Oligomineral: possui vários elementos
em sua composição como sódio, cloro, alumínio, magnésio, manganês e lítio.
Radioactiva: possui radônio, gás
nobre que estimula o metabolismo e age no sistema digestório e respiratório. Sua
inalação é indicada para o tratamento de asma. Pode ser ingerida, já que o
radônio permanece activo por pouco tempo no organismo.
Sódica: deve ser ingerida em
quantidades pequenas, pois o sódio, quando ingerido em grandes quantidades,
provoca inchaço. O banho pode auxiliar em problemas reumáticos.
Sulfurosa: contém substâncias à
base de enxofre é indicada para problemas articulares, laringites, bronquites e
sinusites, e acredita-se no seu poder cicatrizante, desintoxicante e
estimulante do metabolismo.
Ferruginosa: possui ferro e ajuda no
combate à anemia.
Água termal ou termomineral: água mineral que
apresenta temperatura superior à temperatura do meio-ambiente. Possui acção
medicinal devido às substâncias minerais e gasosas nela dissolvidas. Esse tipo
de água é usado para tratar certos problemas de pele.
Água poluída: é a que recebeu
substâncias que a deixou turva, ou que alteraram sua cor, odor ou sabor,
tornando-a desagradável.
Água contaminada: é a que contém
substâncias tóxicas ou micróbios capazes de produzir doenças.
2.4.2 Água e Saúde
O
consumo de água contaminada por agentes biológicos ou físico-químicos tem sido
associado a diversos problemas de saúde. Algumas epidemias de doenças
gastrointestinais, por exemplo, têm como via de transmissão a água contaminada.
Essas
infecções representam causa de elevada taxa de mortalidade em indivíduos com
baixa resistência, atingindo especialmente idosos e crianças menores de cinco
anos.
Estima-se
que as doenças de veiculação hídrica sejam responsáveis pela morte de uma
criança a cada 14 segundos (TORRES et al., 2000) Cerca de 80% das enfermidades no
mundo são contraídas devido à água poluída (LEITE et al., 2003).
Dentre
as doenças de veiculação hídrica mais comuns, citam-se: febres tifóides e
paratifóide, disenterias bacilares e amebiana, cólera, diarréia, poliomielite,
hepatite e giardíase. (TORRES et al., 2000). Entre estas diferentes etiologias,
25% das infecções entéricas podem ser atribuídas a três agentes bacterianos e
seus diferentes sorotipos: Shigella, Salmonella e Escherichia coli (ZULPO et
al., 2006).
O
consumo de água contaminada por material de origem fecal é responsável por
numerosos casos de enterites, diarreicas infantis e doenças epidémicas (como a
febre tifóide), com resultados frequentemente letais (D`AGUILA et al., 2000). A
incidência dessas doenças, principalmente em crianças, reflecte as precárias
condições de saneamento básico e higiene a que estão expostas, podendo agravar
e muito o estado nutricional (ANTUNES, CASTRO E GUARDA, 2004).
É
vital reconhecer inicialmente o direito de todos os seres humanos de acesso à
água de boa qualidade, pois a qualidade da água está directamente relacionada
com a saúde púbica. A água tratada é a melhor forma de reduzir a morbi-mortalidade
relacionada ao consumo de água contaminada. A água para consumo humano, sem
tratamento adequado, apresenta-se como um dos principais veículos de parasitas
e microrganismos causadores de doenças, tornando-se um importante elemento de
risco à saúde da população que a consome. Dentre os patogenia mais comuns,
incluem-se Salmonella- spp., Shigella spp., Escherichia coli, Campylobacter,
dentre outros (FREITAS, 2002).
Foi
na água que a vida floresceu, e seria difícil imaginar a existência de qualquer
forma de vida na ausência deste recurso vital. A água é, certamente, a espécie
química mais abundante na Terra. É, além disso, uma substância que pode ser
encontrada, naturalmente, em todos os três estados físicos: sólido (gelo),
líquido (água líquida) e gasoso (vapor). Sua capacidade em conduzir e estucar o
calor (condutividade térmica e capacidade calorífica) também é única. (BUNCE)
A concentração de
sais na água faz com que as águas superficiais sejam divididas em duas grandes
categorias. Águas doces se distinguem de águas salinas pelo seu baixo conteúdo
de sais, sendo normalmente encontradas em rios e lagos. O exemplo mais
significativo de águas salinas é o das águas oceânicas. Via de regra, águas
salinas apresentam níveis de cerca de 35 g.L-1 de espécies dissolvidas, entre
as quais as predominantes são formadas por iões de sódio e cloreto.
A
água é um elemento químico simples e abundante na Terra, de grande importância
para a origem e manutenção da vida e pode ser encontrada principalmente em
oceanos e geleiras polares e também em rios.
2.5 Parâmetros que
definem a qualidade de água
Para
assegurar a vida aos habitantes dos rios e garantir a ingestão de uma
substância que não seja nociva à saúde, alguns parâmetros de características
físicas, químicas e biológicas foram criados para medir a qualidade da água. De
acordo com (CETESB. 2006) as variáveis que orientam os parâmetros
físico-químicos são:
a) Parâmetros físicos:
Estes
parâmetros determina a qualidade de qualquer água, seja consumível e não
consumível quanto a sua temperatura, PH, turbidez, condutividade,
sólidos suspensos e entre outros factores físicos. São parâmetros físicos
porque na sua determinação não depende dos reagentes.
Temperatura da água:
desempenha um importante papel no controle do meio
aquático, variando normalmente entre 0° e 30ºC. Corpos de água naturais variam
sua temperatura de acordo com o clima, apresentando alterações sazonais.
Despejos industriais e usinas termoeléctricas podem causar aumento na
temperatura da água.
PH: é uma variável que influencia os
ecossistemas aquáticos naturais devido a seus efeitos na fisiologia de diversas
espécies. Para que se conserve a vida aquática, o pH ideal deve variar entre 6,5
e 8,5.
Turbidez: é uma característica da água devida
à presença de partículas suspensas com tamanho variando desde suspensões
grosseiras aos colóides, dependendo do grau de turbulência. A presença dessas
partículas provoca a dispersão e a absorção da luz, dando a água uma aparência
nebulosa, esteticamente indesejável e potencialmente perigosa (RICHTTER E
AZEVEDO NETTO, 2002)..
Condutividade: é a
capacidade da água em conduzir corrente eléctrica. Isto depende da concentração
de iões e da temperatura. A condutividade também indica possíveis modificações
na composição da água, principalmente mineral.
Sólidos suspensos: todas as
impurezas, com exceção dos gases dissolvidos, são consideradas sólidos
suspensos em corpos da água. Suas altas concentrações reduzem a passagem de luz
solar e afectam organismos bentônicos.
Variáveis de
característica físico-química, como temperatura da água, turbidez, pH e
concentração de oxigénio dissolvido além de discriminar a qualidade dos rios
são as que mais sofrem influência das estações do ano. CARVALHO et al. (2000)
verificou a existência de uma significativa relação entre o aumento da
temperatura da água e dos sólidos suspensos com a condutividade eléctrica na
água, que pode ocorrer a partir de reacções desencadeadas na fauna aquática frente
ao aumento da temperatura.
b) Parâmetros químicos:
Na determinação
dos parâmetros Químicos usa-se o único aparelho que-se chama
Espectrofotometrico. Este aparelho tem a capacidade de determinar o parâmetro
químico de todos os elementos da tabela periódica. É químico porque na sua
determinação depende do reagente do próprio elemento em análise. Ex: análise do
parâmetro do elemento manganês (Mn) na água o reagente deve ser manganês.
c) Parâmetros biológicos:
Já para este
aparelho, determina-se os microrganismos existentes na água no caso de
coliformes totais, coliformes fecais, vibro colérico e outros.
Coliformes:
O grupo coliforme
é dividido em coliformes totais e coliformes termotolerantes ou fecais (MACÊDO,
2001). Os coliformes totais e termotolerantes são os indicadores de
contaminação mais usados para monitorar a qualidade sanitária da água. As
análises microbiológicas irão apontar a presença ou não de coliformes totais e
coliformes fecais, que podem ser ou não patogénicos (BETTEGA et al., 2006).
As bactérias do
grupo coliformes são formadas por bactérias que incluem os géneros: Klebsiella,
Escherichia, Enterobacter e Citrobacter (BETTEGA et al., 2006), porém, o grupo
é mais heterogêneo e incluem uma ampla variedade de géneros, tais como Serratia
e Hafnia (GUERRA et al., 2006).
Geralmente, na
determinação de coliformes, realiza-se a diferenciação entre os de origem fecal
e não-fecal. Os coliformes não-fecais como a Serratia e Aeromonas, são
encontradas no solo e vegetais, possuindo a capacidade de se multiplicarem na
água com relativa facilidade. No entanto os coliformes de origem fecal, não se
multiplicam facilmente no ambiente externo e são capazes de sobreviver de modo
semelhante às bactérias patogênicas (ZULPO et al., 2006).
Define-se
coliformes totais como bastonetes Gram-negativos não esporogênicos, aeróbios ou
anaeróbios facultativos, capazes de fermentar a lactose com produção de gás, em
24 a 48 horas à temperatura de 35ºC (e podem apresentar actividades da enzima
β- galactosidase).
Atualmente
sabe-se, entretanto, que o grupo dos coliformes fecais inclui pelo menos três
gêneros, Escherichia, Enterobacter e Klebsiella (MOURA, ASSUMPÇÃO, BISCHOFF,
2009), dos quais dois gêneros (Enterobacter e Klebsiella) incluem cepas de
origem não fecal (SILVA et al., 2005).
2.6 Riscos devido ao consumo de água imprópria
A qualidade da
alimentação pode fornecer pistas sobre os problemas de saúde delas decorrentes
(KOTCHEN TA e KOTCHEN JM, 1997). Por exemplo o factor de risco exógeno mais
relevante do cancro de estômago é a dieta (GONZÁLEZ, et al, 1994).
Uma outra doença
que há muito tempo vem sendo associada à exposição a factores relacionados à
dieta é o cancro do estômago. A elevada ingestão dos minerais lesa a mucosa
gástrica e aumenta a susceptibilidade à carcinogénese em roedores (GUILLEM JG et
al., 1996).
Como os glóbulos adoram comer minerais elas se agitam bastante para
tentar comer os grãos, por isso ficam pressionando umas às outras. É assim que
surge a pressão alta motivada pelo consume da agua não boa. Com estes problemas
podem causar doenças como:
Abcesso; desidratação, fraqueza,
desorientação, perda do apetite, distensão abdominal, respiração profunda,
aumento da ureia sanguínea, diminuição da quantidade de urina); reacção febril;
trombose venosa é alguns dos problemas causados pela água.
2.7 Aspectos Legislativos da água
Art.
1º - A água faz parte do património do planeta. Cada continente, cada povo,
cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos
olhos de todos.
Art.
2º - A água é a seiva do nosso planeta. Ela é a condição essencial de vida de
todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a
atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é
um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é
estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem.
Art.
3º - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos,
frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com
racionalidade, precaução e parcimónia.
Art.
4º - O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e
de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para
garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em
particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.
Art.
5º - A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é,
sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua protecção constitui uma
necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações
presentes e futuras.
Art.
6º - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor económico:
precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito
bem escassear em qualquer região do mundo.
Art.
7º - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira
geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que
não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das
reservas actualmente disponíveis.
Art.
8º - A utilização da água implica no respeito à lei. Sua protecção constitui
uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta
questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.
Art.
9º - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua protecção
e as necessidades de ordem económica, sanitária e social.
Art.
10º - O panejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o
consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.
Tabela
n°1: Parâmetro de qualidade de água para
o consume humano
Agua não tratada (Poços,
Furos, Rios, Lagoas etc.)
Parâmetro
|
Limite máximo
admissível
|
Unidade
|
|
Microbiologia
|
|||
Coliformes
totais
|
|
N° colónias. /
100ml
|
|
Coliformes
fecais
|
< 10
|
N° colónias. /
100ml
|
|
Vibro cólera
|
Ausente
|
/ 100ml
|
|
Analise Física e Química
|
|||
Cor
|
Incolor
|
|
|
Condutividade
|
50 – 2000
|
ϻmho / cm
|
|
PH
|
6.5 – 8.5
|
|
|
Sólidos totais
|
1000
|
mg / L
|
|
Turvação
|
5
|
mg / L
|
|
Amoníaco
|
1.5
|
mg / L
|
|
Cálcio
|
50
|
mg / L
|
|
Cloretos
|
250
|
mg / L
|
|
Cloro Residual
|
|
mg / L
|
|
Dureza total
|
500
|
mg / L
|
|
Fluoretos
|
1.5
|
mg / L
|
|
Ferro total
|
0.3
|
mg / L
|
|
Magnésio
|
50
|
mg / L
|
|
Matéria
Orgânica
|
2.5
|
mg / L
|
|
Nitritos
|
3
|
mg / L
|
|
Nitratos
|
50
|
mg / L
|
|
Sulfatos
|
250
|
mg / L
|
|
Arsénio
|
0.01
|
mg / L
|
|
Crómio
|
0.05
|
mg / L
|
|
Cobre
|
1.0
|
mg / L
|
|
Cádmio
|
0.003
|
mg / L
|
|
Cianeto
|
0.07
|
mg / L
|
|
Chumbo
|
0.01
|
mg / L
|
|
Manganês
|
0.1
|
mg / L
|
|
Mercúrio
|
0.001
|
mg / L
|
|
Níquel
|
0.02
|
mg / L
|
|
Sódio
|
200
|
mg / L
|
|
Selénio
|
0.01
|
mg / L
|
|
Zinco
|
3.0
|
mg / L
|
|
Pesticidas
totais
|
0.0005
|
mg / L
|
|
Hidrocarbonetos
totais
|
0.0001
|
mg / L
|
|
Fonte:
Diploma Ministerial 180 /2004 do Ministério da Saúde.
2.8
A importância da água na vida humana
Os alimentos que ingerimos
dependem directamente da água para a sua produção, necessitamos da água também
para a higiene pessoal, para lavar roupas e utensílios e para a manutenção da
limpeza de nossas habitações. Ela é essencial na produção de energia eléctrica,
na limpeza das cidades, na construção de obras, no combate a incêndios e na
irrigação de jardins, entre outros. As indústrias utilizam grandes quantidades
de água, seja como matéria-prima, seja na remoção de impurezas, na geração de
vapor e na refrigeração. Dentre todas as nossas actividades, porém, é a
agricultura aquela que mais consome água – cerca de 70% de toda a água
consumida no planeta é utilizada pela irrigação.
Dados do Fundo das Nações
Unidas para a Infância (Unicef) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam
que quase metade da população mundial (2,6 bilhões de pessoas) está intimamente
ligada a disponibilidade quantitativa e qualitativa de três elementos
fundamentais para sua sobrevivência: o alimento, o ar e a água.
Foi esta necessidade que
nele fixou a tendência natural de se estabelecer próximo aos cursos d' água,
pois dos três elementos vitais é a água que não se encontra distribuída
uniformemente, como o ar, e que não pode ser fabricada, como os alimentos. A
água constitui, portanto, um elemento essencial à vida animal e vegetal. O
homem tem necessidade de água de qualidade adequada e em quantidade suficiente,
não somente para protecção de sua saúde, como também para seu desenvolvimento económico.
CAPÍTULO III
3.0 Metodologia de
Investigação
Antes de apresentar os aspectos metodológicos da
pesquisa, importa trazer neste estudo a descrição da área de estudo.
3.1 Breve descrição da Área de
estudo
A localidade de Nhassacara faz parte do distrito de Báruè,
situa-se no seu extremo norte, isto na província de Manica.
No que concerne a cerca de 27% da área total da
localidade de Nhassacara com uma superfície aproximadamente a 37,17km2
e uma densidade populacional de 7.42 habitantes segundo senso geral de 2007.
Segundo o Relatório anual da localidade de Nhassacara
para o ano 2014,
esta localidade encontra-se delimitada da seguinte
forma:
Norte – três pontes, fronteira com distrito de Guro
Sul – Rio Camwazanchenga 2
Este – povoado do rio Phandira
Oeste – Rio Caeredze.
3.1.1 Educação
No que diz respeito ao processo de ensino e aprendizagem,
a localidade possui três (3) Escolas das quais duas (2) da EP1 e uma da EP2,
onde foram inscritos no ano 2014, 920 alunos de 1ª a 7ª classe, tendem chegados
ao final do ano 867 alunos. Do universo total dos alunos inscritos abandonaram
por vários motivos 53 alunos. (Prfª. LUISA 2014).
3.1.2 Saúde
Plano de distribuição do grupo alvo de 2014. A
localidade de Nhassacara tem cerca de 22489 habitantes e são atendidos ou
consultados durante um mês cerca de 250 pacientes com doenças diversas.
No que concerne ao atendimento médico, a localidade
possui um Hospital que funciona com quatro (4) enfermeiros, dos quais duas
mulheres e dois homens, cada um com a sua área especifica. Uma (1) é parteira
do SMI, um (1) é da medicina preventiva, o outro é da medicina curativa geral e
por fim é agente do serviço. Doenças frequentes: Malária; Doenças Diarreicas,
parasitoses intestinais, Avitaminose, Bilharziose e outras. (DRAIVA, 2014).
3.2 Metodologia
3.2.1 Tipo de pesquisa
A pesquisa é qualitativa – quantitativa exploratória
do âmbito descritivo, pois, foi no intuito de obter informações e ou
conhecimentos acerca de um problema desconhecido, para o qual procura-se uma
resposta, ou hipótese, que se queira comprovar e descobrir novos fenómenos ou
relações.
Tendo em consideração a natureza da pesquisa, dentro
dela usou-se a pesquisa de campo.
Esse estudo torna-se quantitativo ao saber em
quantidades numéricas das pessoas que consome esta água ao nível da localidade.
Qualitativo na medida em que procura conhecer a qualidade da água em estudo tendo
em conta o seu valor lógico na sua utilidade.
3.2.2 Método de Pesquisa
Para este trabalho foram usados seguintes métodos: método
Bibliográfico, método experimental e Hipotético – Dedutivo.
.
3.2.2.1 Método bibliográfico
Este método, foi valioso na elaboração deste trabalho,
fez-se a leitura de muitas obras, teve por finalidade colocar o pesquisador em
contacto directo com tudo o que foi escrito, com finalidade de obter bases
teóricas para identificar os impactos negativos dos consumidores da água
imprópria do rio Nhansawe na localidade de Nhassacara Província de Manica.
3.2.2.2 Método Experimentel
Este
método, foi importante na determinação dos parâmetros físicos, químicos e
microbiológicos da qualidade das águas do rio Nhansawe, do poço e água da
bomba.
Na
análise química determinou-se a quantidade dos minerais dissolvidos naquelas águas,
na análise física determinou-se os valores de PH, condutividade e a
turbidez, já na análise microbiológica detectou-se os coliformes. E com este
método foi possível atingir o primeiro e o quarto objectivos deste estudo.
3.2.2.3 Método Hipotetico –
Dedutivo
Este método auxiliou para o levantamento de dados
relacionados aos problemas que o povoado de Nhansawe encara no consumo deste
tal líquido. O assunto a ser abordado que diz respeito a qualidade da água do
rio Nhansawe onde a sociedade bebe esta água com propriedades não aceitáveis
para o consumo, e com este método foi possível atingir o segundo objectivo.
3.2.3 População e amostra
3.2.3.1 População
Foram
enquadrados para esta pesquisa, os líderes comunitários, funcionários de saúde
e de outros sectores da localidade; funcionários de educação, alguns povoados
do Nhansawe e o chefe do posto da localidade, porque dia ao dia lidam com a
sociedade no consumo das águas com vista atirar ilações em torno da
problemática e para avaliar o nível de potabilidade usou-se como amostra água
colhida no rio Nhansawe, colhida no poço e a água colhida na bomba da mesma
localidade.
3.2.3.2 Amostra
Foram
entrevistados 24 consumidores da agua do rio Nhansawe, dos quais 08 homens e 16
mulheres da população da Localidade de Nhassacara.
Para
viabilizar a determinação de parâmetros físicos, químicos e microbiológicos
colheu-se um total de 4500 mL de água sendo 1500 mL do rio Nhansawe, 1500 mL do
poço com uma profundidade de 1 metro, abeto no rio Nhansawe e 1500 mL para água
da bomba convencional.
3.2.4 Técnica de recolha de dados
A técnica usada para a recolha destes dados foi a
Observação Directa, Indirecta, Entrevista e Questionário. Foi
necessário fazer a confrontação das práticas das águas consumidas pelo povo ao
longo do rio Nhansawe, as técnicas e os instrumentos usados foram metodologias
empregues para alcançar os objectivos da pesquisa.
3.2.4.1
Observação directa:
Podendo
acreditar que a observação directa facilitou na colecta de dados para a
definição do problema de pesquisa como também facilitou na formulação de
hipóteses, porém esta técnica ajudou a alcançar os objectivos específicos da
pesquisa.
3.2.4.2
Observação indirecta
Foi aplicada no sentido de obter dados para o trabalho duma forma
precisa sobre o rio em estudo.
3.2.4.3
Entrevista
Esta técnica de recolha de dados envolveu perguntas
dirigidas aos grupos de consumidores destas águas. Estas perguntas visam apurar
o grau de envolvimento dos mesmos no consumo desta água salina, não só também
conhecer o historial do rio, os problemas que afectam os mesmos e o surgimento
da região.
3.2.4.4 Questionário
O
questionário permitiu de forma estruturada recolher as informações nas
instituições tais como: A
Direcção Distrital dos Recursos Naturais, Direcção de Saude e nas populacoes,
onde as perguntas foram respondidas na ausência
/presença do autor. Todavia,
os dados recolhidos estão apresentados ao longo do trabalho.
3.3 Variaveis
de estudo
Neste trabalho de pesquisa foram cinco variaveis
pesquisadas nomeadamente:
A qualidade de agua, qualidade fisica, qualidade
quimica, qualidade biologica e saude dos consumidores.
Tabela no 2: Variaveis de estudo
Variáveis
|
Operacionalização
|
Tipo de variável
|
|
Qualidade de
agua
|
Péssima (não boa)
|
Menor
|
Qualitativa
|
Qualidade
fisica
|
Não
recomendado.
|
Maior
|
Qualitativa
|
Qualidade
quimica
|
A presenca
de minerais fora do padrao.
|
Maior
|
Qualitativa
|
Qualidade biologica
|
Presenca de coliformes
|
Maior
|
Qualitativa
|
Saúde para os consumidores desta
água.
|
Nivel
de doencas diareicas, avitaminose, bilhariziose.
|
Maior
|
Quantitativa
|
Fonte: Autor
(17-11-2014)
3.3.1 Métodos de Análise de dados
3.3.1.1 Método estatίstico
Este método foi útil para apresentação de tabelas e os
respectivos gráficos na base das hipόteses traçados e ajudou tambem para estimar o número dos consumidores das águas do rio Nhansawe e
as doenças provocadas pelo consumo deste líquido.
3.3.1.2 Método comparativo
Foi a
partir de concepção do autor em relação
a contaminação das aguas do rio, poço e da bomba, visto que as aguas do rio e do poço não está em condições para o
consumo humano a sua contaminação está muito acima em relação a agua da bomba
em que na maioria das analises possuía parâmetros recomendados pelo diploma
ministerial 180 / 2004.
3.4 Instrumentos ou
Materiais de Recolha de Dados
Os instrumentos usados referentes as técnicas
seleccionados, de colecta de dados adaptados pelo autor foram:
-Câmara
fotográfica para o registo de imagens no local da pesquisa;
-Guião de entrevista, caderno, lápis e caneta;
-GPS para tirar as
coordenadas geográficas da mesma localidade;
-O processamento
dos dados com vista alcançar os resultados da pesquisa, baseou-se no método
estatístico.
CAPÍTULO
IV
4.0 Apresentação, análise e
interpretação dos dados.
4.1 Apresentação, análise e
interpretação dos dados de observação
No campo, observou se pessoas a catar agua no rio Nhansawe para
consumo, onde o rio contém águas com características indesejáveis ou seja com
propriedades não aceitáveis para o consumo. Observou se também poços de água
nas margens do rio onde os residentes daquela região abriam na tentativa de
querer minimizar o problema, dito feito não houve diferença com a água do
próprio rio. Os animais também bebem a mesma, no caso de gados porque a
pastagem dos mesmos é feita nas margens deste rio. Quando os gados estiverem no
rio a beber, a água muda do estado fica muito turvo, as pessoas aproveitam
catar nos poços cujo a profundidade de 1,0 metros a 1.5 metros.
Ao tomar banho esta agua deixa marca, isto é alguns cristais
brancos no corpo depois de secar, na lavagem de roupas as nódoas não são bem
removidas, esta água diminui a concentração de espuma na lavagem de roupa mesmo
ao tomar banho.
Já na escola onde o governo fez uma bomba de água, que dista 250
metros da Escola até no local onde se localiza a bomba, e do local onde se
localiza a bomba até no rio Nhansawe são 600 metros.
É designada bomba da Escola porque o governo fez a bomba em nome
da Escola, mais a bomba não está ser utilizada com somente os alunos mas sim
com toda população que está em redor da Escola e da bomba porque a água da
bomba é muito diferente com a do rio, ela apresenta as características quase
recomendadas para o consumo. Alguns parâmetros físicos, químicos e
microbiológicos da água da bomba combinam com a do diploma ministerial 180 /
2004.
Na bomba tem um guarda que controla a bomba e o tempo em que a
bomba deve estar em funcionamento, isto para evitar a utilização agressiva da
bomba. Nesta bomba tem uma chave para trancar, é aberta 7:00h e fechada 17:00h,
todos os dias.
Figura
no2: Os residentes da
localidade a buscar agua no rio Nhansawe.
Fonte: Autor (08-11-2014)
Como
mostra as figuras, algumas individualidades do rio Nhansawe a buscar água do
rio para o consumo e para vários fins. Por falta de furos de abastecimento de
água eles usam esta água não boa.
Figura
n°3: Rio Nhansawe
As
figuras mostram o rio em estudo, ao longo do percurso o rio transporta muitas substâncias
e nas margens do rio apresente algumas algas designadas Nsawe de onde vem o
nome Nhansawe
Figura
n° 4: Poços de água.
Fonte: Autor (08-11-2014) Fonte:
Autor (08-11-2014)
As figuras acima apresentadas mostram poços
de água onde a população de Nhansawe busa a agua para a sua utilização, o grau de
impureza é mesmo com a do rio. Alguns usam botijas com linha de corda para
conseguir catar a água quando estiver mais profundo no poço e em alguns poços
não é necessário usar linha é só ajoelhar e catar directamente quando o poço
estiver cheio de água.
Figura n° 5: Gado bovino na pastagem.
Fonte: Autor (10-11-2014)
As figuras mostram o gado bovino no pasto,
onde a pastagem é feita nas margens do rio, então compartilham a água do mesmo
rio com a comunidade do rio em estudo para o seu consumo, onde o diploma
ministerial não admite este compartimento.
Figura
n° 6: Algumas individualidades da
localidade na lavagem.
Fonte: Autor (08-11-2014) Fonte: Autor (08-11-2014)
As figuras
mostram senhoras a lavar roupas e observa se que as roupas não estão totalmente
limpas, as nódoas não removidas do tipo lavou se sem sabão isto devido as
propriedades que a agua traz desde a origem do próprio rio.
Figura:no7: Os residentes da localidade a buscar água na
bomba.
Fonte: Autor (09-11-2014) Fonte: Autor (09-11-2014)
As figuras
representam a população da localidade de Nhassacara a buscar água na bomba da
Escola para o consumo. A bomba por ser única enche muito e marca se a bicha.
Discutem entre elas contra a bicha, e como mostra a bomba está dentro duma
vedação, isto é para proteger a bomba contra os animais domésticos, no caso de
bois, cabritos, porcos e outros.
Tabela no3: Doenças mais frequentes na localidade.
Individuos
pacientes
|
Doenças
|
Total por
mês
|
|||||||
Malaria
|
Diarreia
|
Parasitose
intestinal
|
Avitaminose
|
Bilharziose
|
Outras
|
||||
Homens
|
22
|
30
|
25
|
04
|
09
|
26
|
116
|
||
Mulheres
|
31
|
38
|
19
|
11
|
07
|
28
|
134
|
||
Homem e
mulher
|
53
|
68
|
44
|
15
|
16
|
54
|
250
|
||
Fonte: DRAIVA
(26-09-2014)
Figura no 8: Colheita das amostras da água
Fonte: Autor (02-12-2014) Fonte: Autor (02-12-2014)
As figuras mostram o autor a
colher as amostras no campo, águas do rio, poço e da bomba para sua análise dos
parâmetros que as aguas possui, se é ou não admissível para o consumo. As
amostras foram colhidas com cuidado e não houve nenhuma interferência.
Tabela n°: 4 Quantidade de amostras em cada parâmetro
Agua
|
Quantidade de amostra colhida.
|
Quantidade de amostra usada.
|
Rio Nhansawe
|
1500 mL
|
1300 mL
|
Poço
|
1500 mL
|
1300 mL
|
Bomba
|
1500 mL
|
1300 mL
|
Total
|
4500 mL
|
3900 mL
|
Fonte: Autor (13-10-2014).
4.2 Analise das águas da Bomba, Poço e do rio Nhansawe
A análise das
amostras de água colhidas no campo estudado, foi feita no Laboratório da FIPAG
da cidade de Tete.
Neste Laboratório fez-se as analises Físicas, Químicas e Microbiológicas.
Onde na analise física fez-se a
determinação do PH, turbidez e condutibilidade; na análise química
fez-se a determinação dos diferentes minerais presente na amostra de
acordo com os reagentes existentes e finalmente na análise microbiológica detectou-se os coliformes e vibro cólera.
4.3 Resultados
das análises Laboratoriais
O Laboratório da
FIPAG da cidade de Tete apresenta algumas dificuldades na parte dos reagentes,
isto é, não tem reagentes suficientes para análise da água principalmente na
análise química.
Neste
laboratório tem um aparelho chamado Espectrofotometrico com a função de
determinar todos parâmetros químicos da água, além deste tem outros aparelhos
para determinar a turbidez, PH metro, Condutivimetro e um Incubador
que serve para detectar os coliformes presentes na água.
4.3.1 Determinação de parâmetros físicos
4.3.1.1 Determinação de pH
Este aparelho possui um
eléctrodo de 300 mm, e introduziu-se 150 mL de
amostra de água num frasco de 200 mL, de seguida mergulha na amostra o
eléctrodo e homogeneíza a amostra durante 3 segundos e tira resultados imediato
de PH.
4.3.1.2 Determinação de Turbidez
Neste aparelho, primeiro introduziu-se 150 mL de amostra de agua
num frasco de 200 mL, e de seguida colocou-se a amostra no aparelho e daí tecla
OK, logo tirou o resultado da turbidez em 5 segundos.
4.3.1.3 Determinação da Condutividade
Neste
parâmetro introduziu-se 150 mL de amostra de água num
frasco de 200 mL, de seguida mergulhou-se na amostra o eléctrodo e homogeneíza a
amostra durante 3 segundos e tira resultados imediato.
4.3.2 Determinação de parâmetros químicos
4.3.2.1 Determinação de (Zn, Ca, Mg, Mn, F, Cu, Mo e o sal CaCO3)
Preparou-se dois
frascos de 100mL e introduziu-se 100mL de amostra em cada frasco, e adicionou
se somente um (1) frasco, 300g do reagente em análise, colocou-se no aparelho o
frasco que não contem reagente daí teclou-se OK na máquina de seguida
procurou-se no aparelho o elemento que está em análise, e de novo teclou-se OK,
logo o aparelho pediu o reagente do tal elemento tirou-se o frasco sem reagente
e colocou-se o frasco que contém o reagente e teclou-se mais OK e o aparelho
marcou na hora o resultado da quantidade do mineral presente na amostra. E este
processo é o mesmo para qualquer análise química.
Com este
aparelho foi possível determinar os parâmetros dos elementos químicos como: Zn,
Ca, Mg, Mn, F, Cu, Mo e o sal CaCO3.
4.3.3
Determinação de Parâmetros microbiológicos.
Neste caso, com ajuda da
pipeta introduziu-se 3 mL da amostra de cada água no papel específico chamado
Petrifilme, daí deixou-se no incubador as petrifilmes durante 24horas depois
tirou-se do forno e contou-se o número dos coliformes encontrados em cada
amostra.
Tabela no 5: Problemas causados pelo consumo
alto e baixo dos minerais na água
Mineral
|
Prejuízos
consumindo alto
|
Prejuízos
consumindo baixam
|
Autores
|
Zn
|
Aparência, sabor metálico, vómito, do
estômago.
|
Perda do apetite, queda do cabelo, atraso
do desenvolvimento sexual, perda de esperma.
|
CHARRIERE,
HOLLEMAN,
KOTCHEN.
|
Ca
|
Aumenta a dureza da água no organismo,
ataques cardíacos, fraqueza muscular.
|
Propensão a fractura
|
|
Mg
|
Sabor desagradável, alterações
no cérebro, e ainda pode levar à impotência, pois danifica os testículos.
|
Perda de peso,
afecta a função pancreática e o metabolismo de carboidratos.
|
|
Mn
|
Anemia, afecta o sistema nervoso.
|
Perda do peso, afecta a capacidade
reprodutiva.
|
|
F
|
Irritação gastro intestinal, parada
respiratória, toxicidade aguda.
|
Afecta os tecidos mineralizados causando a
fluorese e dentária.
|
|
Cu
|
Irritação intestinal, colesterol
|
Câncer, doenças cardíacas.
|
|
Mo
|
Distúrbios urinários, dores articulares.
|
Frequência cardíaca rápida, falta de ar, vómito.
|
|
CaCO3
|
Fraqueza muscular, cálculos renais.
|
Propensão a fractura.
|
Fonte: Autor
Tabela no 6: Problemas
causados pelo consumo alto e baixo dos parâmetros Físicos.
Parâmetro
|
Prejuízos
consumindo alto
|
Prejuízos consumindo
baixo
|
Autor
|
Turbidez
|
Aparência
|
Dificulta a desinfecção
|
GUILLEM
|
PH
|
Irritação da pele, sofre incrustou, tubulações.
|
Perde o sabor, corrosão no organismo.
|
|
Condutividade
|
Corrosão
|
|
Fonte: Autor
Tabela no7: Problemas
causados pelo consumo alto dos parâmetros microbiológicos.
Parâmetro
|
Prejuízos
consumindo alto
|
Prejuízos
consumindo baixo
|
Autor
|
Coliformes totais
|
A presença de vírus patogénicos
|
|
GUILLEM
|
Coliformes fecais
|
Gastroenterite, hepatite
|
|
|
Vibrio Cholerae
|
Febre, Cólera.
|
|
Fonte: Autor
Figura n° 9: Aparelhos
para analise da agua.
Fonte: Autor (09-12-2014) Fonte: Autor (09-12-2014)
As figuras
mostram aparelhos para a análise da água no laboratório da FIPAG da cidade de
Tete.
Figura n° 10: Autor no laboratório
Fonte: Autor (09-12-2014)
A figura mostra o autor e o
técnico da FIPAG, no laboratório das análises de amostras.
Tabela n°8: Resultados das análises
do Parâmetro da água colhida do rio
Nhansawe.
Parâmetro
|
Resultados das
análises
|
Limite máximo
admissível (*)
|
||
|
||||
Analise Física.
|
||||
Cor
|
|
|
||
Condutividade
|
533 ϻmho / cm
|
50 – 2000 ϻmho / cm
|
||
PH
|
8,68
|
6,5 – 8,5
|
||
Turvação
|
10,8 mg / L
|
5 mg / L
|
||
Analise Química
|
||||
Zn
|
˂˂ mg / L
|
3
mg / L
|
||
Ca
|
18 mg / L
|
50 mg / L
|
||
Mg
|
80 mg / L
|
50 mg / L
|
||
Mn
|
0,3 mg / L
|
0,1 mg / L
|
||
F
|
˃˃ mg / L
|
1,5 mg / L
|
||
Cu
|
1,24 mg / L
|
1,0 mg / L
|
||
CaCO3
|
˂˂ mg / L
|
|
||
Mo
|
0,7 mg / L
|
0,07 mg / L
|
||
Microbiológica
|
||||
Coliformes
totais
|
|
N° colónias. /
100ml
|
||
Coliformes
fecais
|
33
|
N° colónias. /
100ml
|
||
Vibro cólera
|
˃˃
|
/ 100ml
|
||
(*) Limite máximo estabelecido
pelo diploma Ministerial 180 / 2004, do Ministério de Saúde.
Fonte: Autor (09-12-2014)
4.3.4 Discussão dos
resultados das análises laboratoriais da água do rio.
Visto
que os resultados das analises laboratoriais da agua do rio Nhansawe, mostram a
discrepância com o diploma ministerial 180 / 2004. Logo é o sinal de que a água
não está em condições para o consumo humano.
Nos parâmetros físicos, onde o pH da agua do
Nhansawe marca o máximo 8,68 e turbidez 10,8 mg /L, enquanto o diploma
ministerial admite pH no máximo 8,5 e turbidez admite no máximo 5 mg /L, na
analise química na maioria dos minerais analisados mostraram altos valores de
parâmetros comparativamente com os do diploma ministerial e na analise
microbiológicos o numero dos coliformes detectado é 33, e vibro colérico maior,
onde o diploma ministerial admite coliformes ausente e vibro colérico menor que
100 m /L.
Com
esta irregularidade mostra que a água do rio Nhansawe não é boa para o consumo
e pode causar danos para a saúde dos consumidores (De acordo com a tabela n°9 da pag.51).
Tabela n°9: Resultados das
análises do Parâmetro da água colhida no Poço.
Parâmetro
|
Resultados das
análises
|
Limite máximo
admissível (*)
|
|
Analise Física
|
|||
Cor
|
|
|
|
Condutividade
|
664 ϻmho / cm
|
50 – 2000 ϻmho / cm
|
|
PH
|
8,27
|
|
|
Turvação
|
82,4 mg / L
|
5 mg / L
|
|
Analise Química
|
|||
Zn
|
˂˂ mg / L
|
3 mg / L
|
|
Ca
|
30 mg / L
|
50 mg / L
|
|
Mg
|
˃˃ mg / L
|
50 mg / L
|
|
Mn
|
0,3 mg / L
|
0,1 mg / L
|
|
F
|
˃˃ mg / L
|
1,5 mg / L
|
|
Cu
|
1,8 mg / L
|
1,0 mg / L
|
|
CaCO3
|
˂˂ mg / L
|
|
|
Mo
|
˃˃ mg / L
|
0,07 mg / L
|
|
Microbiológica
|
|||
Coliformes
totais
|
|
N° colónias. /
100ml
|
|
Coliformes
fecais
|
11
|
N° colónias. /
100ml
|
|
Vibro cólera
|
˃˃
|
/ 100ml
|
|
(*) Limite máximo estabelecido
pelo diploma Ministerial 180 / 2004, do Ministério de Saúde.
Fonte: Autor (09-12-2014)
4.3.5
Discussão dos resultados das análises laboratoriais da água do poço.
Com base nos resultados das análises
dos parâmetros físicos (vede tabela n°10
da pag.53), da água do poço somente a condutividade mostra estar dentro do
padrão aceitável. O pH e a turbidez estão acima do parâmetro recomendável pelo
ministério de saúde, onde esta água apresenta pH 8,27 e turbidez 82,4 mg L
enquanto o diploma ministerial 180 / 2004 recomenda no máximo 8,5 e 5 mg L
consecutivamente para cada parâmetro.
Nos
parâmetros químicos, na maioria dos minerais analisados também mostraram altos
valores de parâmetros comparativamente com os do diploma ministerial e na
analise microbiológicos o numero dos coliformes detectado é 11, e vibro colérico>
100 unidades, onde o diploma ministerial admite coliformes ausente e vibro
colérico menor que 100 m /L.
Com
esta irregularidade mostra que, as águas destes poços não são boas para o
consumo humano e de facto pode causar danos para a saúde do povo daquela
localidade do país.
Tabela
n°10: Resultados das análises do
Parâmetro da água colhida na Bomba.
Parâmetro
|
Resultados das
análises
|
Limite máximo
admissível (*)
|
|
Analise Física
|
|||
Cor
|
|
|
|
Condutividade
|
213,9 ϻmho / cm
|
50 – 2000 ϻmho / cm
|
|
PH
|
7,9
|
67,5 – 8,5
|
|
Turvação
|
0,40 mg / L
|
5 mg / L
|
|
Analise Química
|
|||
Zn
|
2,7 mg / L
|
3
mg / L
|
|
Ca
|
50 mg / L
|
50 mg / L
|
|
Mg
|
30 mg / L
|
50 mg / L
|
|
Mn
|
0,1 mg / L
|
0,1 mg / L
|
|
F
|
˃˃ mg / L
|
1,5 mg / L
|
|
Cu
|
1,00 mg / L
|
1,0 mg / L
|
|
CaCO3
|
˂˂ mg / L
|
|
|
Mo
|
˂˂ mg / L
|
0,07 mg / L
|
|
Microbiológica
|
|||
Coliformes
totais
|
Ausente
|
N° colónias. /
100ml
|
|
Coliformes
fecais
|
Ausente
|
N° colónias. /
100ml
|
|
Vibro cólera
|
˂˂
|
/ 100ml
|
|
(*) Limite máximo estabelecido
pelo diploma Ministerial 180 / 2004, do Ministério de Saúde.
Fonte: Autor (09-12-2014)
4.3.6 Discussão dos
resultados das análises laboratoriais da água de Bomba.
Visto
que a agua de bomba apresenta parâmetros normais que aproximam aos padrões
recomendáveis ao diploma ministerial 180 / 2004. (ver a tabela n°11 da pag.54). Com base nos parâmetros físicos, a
água da bomba apresenta aproximadamente aos padrões aceites para o consumo.
Na
análise química os minerais analisados também apresentaram limites aproximados
aos parâmetros normais.
Enquanto
nos resultados das análises microbiológicas foram excelente, isto é, igual aos
parâmetros admissíveis para o consumo humano com o diploma ministerial 180 /2004.
Assim
sendo, mostra que a água da bomba pode servir de hipótese para diminuir o índice
dos problemas encarados pela população Nhansawe.
Tabela n°11: Apresentação, análise e interpretação dos dados da Entrevista com os
consumidores.
Pergunta
|
Objectivo
|
Resposta
|
1
|
Conhecer a importância desta água para o
povo da localidade.
|
Por
ser importante a agua, usam para o consumo, na lavagem, tomar banho e outras.
|
2
|
Descrever a razão do consumo desta
bebedeira.
|
Na
falta de outra alternativa, furos de água, insuficiência de bombas e outros
és a razão.
|
3
|
Identificar os métodos usados para beber a
água.
|
Depois
de buscar a água no rio é directamente ao consumo e outras utilidades sem
nenhum tratamento.
|
4
|
Conhecer a origem da problemática do rio.
|
A
problemática desta água surgem do nascente do rio até desaguar no rio
Phandira, é todo ele salgado.
|
5
|
Descrever
as recomendações que o governo propõe para passar o problema.
|
Nenhuma das recomendações.
|
6
|
Comparar
a água do rio, do poço e da bomba se tem ou não mesmas propriedades.
|
Tem mesmas propriedades salinas com a do
poço por estarem nas margens do mesmo rio.
|
7
|
Conhecer
as recomendações do governo distrital ou provincial.
|
A
preocupação já está no governo a três anos não há resposta.
|
8
|
Descrever
os problemas causados pelo consumo desta água.
|
Dor do estômago, problemas diarreicos e outras.
|
9
|
Conhecer
as recomendações dos funcionários de saúde deixam para os consumidores.
|
Dosear a água com o cloro.
|
10
|
Distinguir
a reacção desta água no alimento.
|
Não.
|
Fonte: Autor (16-11-2014)
A
água por ser um líquido benéfico no consumo para os seres vivos mas também pode
prejudicar quando apresenta características não aceitáveis para seu consumo. Com
base da resposta n° 1 da entrevista com os consumidores, a população de
Nhansawe usam a agua do mesmo rio para o consumo, lavagem, tomar banho e outro
fins, sendo ela apresenta características não admissível para esta utilidade.
Com
esta razão, a água já provoca efeitos negativos para a saúde humana tais como:
dor do estômago, problemas diarreicos e outras, com base da resposta n°8 da
entrevista com os consumidores das águas.
As
águas do rio Nhansawe necessitam dum tratamento sanitário para atender a vida
do povoado daquela localidade do País. Isto é, para diminuir o índice das
doenças provocadas pelo consumo desta bebida.
Tabela n°12: Apresentação, análise
e interpretação dos dados da Entrevista com os funcionários da saúde.
Pergunta
|
Objectivo
|
Resposta
|
1
|
Conhecer o número das pessoas que bebem a
água do rio Nhansawe.
|
Por
ser um líquido vital para os seres vivos, o número é indeterminado.
|
2
|
Saber a utilidade desta agua para alem do
consumo.
|
Tem
muitas utilidades além desta tomar banho, cozinhar, lavar e outras.
|
3
|
Descrever as doenças que atacam os mesmos.
|
As
mais frequentes são: diarreia, avitaminose, bilharziose.
|
4
|
Compreender a reacção do médico sobre esta
problemática.
|
O
médico distrital não tem conhecimento sobre problema deste rio.
|
5
|
Distinguir as recomendações que o médico deixou
para a comunidade.
|
Nenhuma.
|
6
|
Estimar os métodos para minimizar este
problema.
|
Abertura de furos e bombas de água.
|
7
|
Saber a dose da água
|
Já
dosearam.
|
Fonte: Autor (16-11-2014)
Acima de 75% da população da localidade de Nhassacara bebem água
do rio Nhansawe, com base da resposta n°1 da entrevista com funcionários da
saúde, o número exacto dos consumidores desta água é indeterminado. Com base da
resposta n°3 em relação aos funcionários de saúde esta água provoca muitos
efeitos sanitários como diarreia, avitaminose, bilharziose e outras doenças.
Assim sendo, a direcção distrital de saúde no caso do médico
distrital não tem conhecimento sobre a problemática deste rio. E o MISAU, para
aquela localidade não promove campanhas nos bairros para reduzir o índice desta
problemática vivida pelo povo. No caso de doar sempre cloro e explicar como
dosear na água, campanhas de malárias e outras. Visto que a abertura de bombas
de agua por parte do governo é a única solução para resolver esta problemática.
Tabela n°13: Apresentação, Análise
e Interpretação dos dados da Entrevista com a
Direcção Distrital de Recursos naturais.
Pergunta
|
Objectivo
|
Resposta
|
1
|
Conhecer a utilidade da água do rio em
estudo.
|
Consumo e varias outras utilidades.
|
2
|
Conhecer as doenças causadas pelo consumo
desta água.
|
Não
conhecem as doenças.
|
3
|
Conhecer a análise que o governo fez para
passar este problema.
|
Promete abertura de bombas de água.
|
4
|
Saber o numero das pessoas que bebem esta
agua.
|
80%
Desta localidade bebem esta água e os 20% bebem a água da bomba.
|
Fonte: Autor (16-11-2014)
A
população de Nhassacara utiliza o rio Nhansawe para satisfazer as primeiras
necessidades do quotidiano, e a água deste rio não está em condições para
responder essas necessidades. Com base da resposta n° 4 da entrevista com a
direcção distrital dos recursos naturais, 80% desta localidade bebem água deste
rio e os 20% bebem água da bomba. Visto que a direcção distrital dos recursos
naturais não preocupa com os problemas enfrentados pelo povo daquela região.
4.4 Variável das Hipótese
Para
a observação das hipóteses definidas como propostas tendem a reduzir os níveis
dos problemas das águas do rio Nhansawe, foi estudada a relação: hipóteses/
variáveis.
Tabela
n°14: Estudo da
relação Hipóteses / variável
HIPÓTESE
|
VARIÁVEL
|
A abertura de
estabelecimentos de água (bombas de água) pode minimizar a problemática em
vigor.
|
Qualidade da água
|
A
sensibilização da população daquela região em fazerem a abertura de poços de
água pode vir atenuar os problemas que afectam os mesmos.
|
Organização
|
Fonte:
Autor (17-11-2014)
|
4.4.1 Qualidade de água
Uma forma a facilitar o consumo de água com características
aceitáveis. E foi a resposta mais aceitável (frequência
21, corresponde à 87,5%).
Da amostra do estudo, 21 responderam
afirmativo na variável Qualidade da água por meio da criação de bombas de água
correspondendo a 87,5%, contra
frequências 8,3% e 4,1% respectivamente nas respostas NÃO
e OUTRA. Estes resultados demonstram que os residentes daquela localidade
poderão passar esta salinidade.
Gráfico no 2 : Variável
Qualidade de água.
Qualidade de
água.
|
fi.
|
fac.
|
fr.
|
Fr.
|
Sim
|
21
|
21
|
0,875
|
87,5%
|
Não
|
2
|
23
|
0,083
|
8,3%
|
Outra
|
1
|
24
|
0,041
|
4,1%
|
Total
|
24
|
0
|
1
|
100%
|
Fonte: Autor (28-11-2014)
|
|
|
|||||||
|
|
||||||||
|
|||||||||
Fonte: Autor (29-11-2014)
4.4.2 Organização
(Associação)
O
estudo da variável “Organização/associações” visa confirmar se a união entre os
residentes daquela região do País, possam pressionar o governo na abertura de
bombas de água, alem disso também em abertura de poços de água para reduzir
esta problemática.
Da
amostra estudada, responderam afirmativo 12 que corresponde a 50%, 9 discorda
que corresponde a 37,5% e 3 corresponderam a classificação OUTRA correspondente
a 12,5%.
Gráfico
no 3 : Variável Organização (Associação)
Organização
|
fi.
|
fac.
|
fr.
|
Fr
|
Sim
|
12
|
12
|
0,5
|
50%
|
Não
|
9
|
21
|
0,375
|
37,5%
|
Outra
|
3
|
24
|
0,125
|
12,5%
|
Total
|
24
|
0
|
1
|
100%
|
Fonte: Autor (29-11-2014)
37,5%
|
|
12,5%
|
|
50%
|
Fonte: Autor
4.5 Algumas estratégias para
minimizar a problemática do consumo da água imprópria sobre o rio Nhansawe.
A
abertura de bombas de água por parte do sector governamental pode minimizar
esta problemática, visto que após as análises de todas amostras somente a água
da bomba está em condições para atender as necessidades do povoado daquela
região do país.
Abertura
de poços com maior profundidade, esta possibilidade é valida pôs evita beber
agua com maior nível de turbidez devido os gados que usufruem no mesmo rio;
Doação
de cloro por parte da saúde e sensibiliza-las a dosear a agua para reduzir o
índice de doenças;
Ferver esta água antes de beber, depois
filtrar e guardar num bom recipiente pode reduzir os microrganismos patentes na
água;
Propor sempre esta problemática nas reuniões
com as direcções, que pode ser provincial ou distrital de saúde, agricultura,
educação e outras.
CAPÍTULO
V
5.0 Conclusões e
Recomendações
5.1
Conclusões
A pesquisa sobre o rio
Nhansawe em Manica, incidiu procedimentos que visem minimizar os problemas
encarados pelo povo da localidade de Nhassacara.
Os
objectivos que prendiam com identificação, e análise de variáveis, que contribuem
para atenuar a problemática das águas consumidas pelas comunidades daquela
região, a verificação dos métodos usados no consumo da mesma e propor fórmulas de
reduzir os níveis desta problemática foram alcançados com sucesso.
Para minimizar os
constrangimentos encarados pelo povo de Nhansawe provocado pelo consumo desta
água é necessária uma observação por parte do governo na abertura de bombas de
água, isto porque a água da bomba é muito diferente com a do rio e do poço. Ela
apresenta as características aceitáveis para atender o povo de Nhansawe, e com
isso pode diminuir o índice de doenças que ataca os mesmo no consumo de deste líquido
impróprio.
As consequências do consumo
deste líquido são vastas, a saber: doenças diarreicas, avitaminose,
bilharziose, e entre outras.
Contudo,
das hipóteses definidas; foi confirmada com maior frequência que 21 dos 24
consumidores desta água, correspondentes a 87,5%,
acreditam na abertura de bombas de água, poços por parte do governo, sendo a que deve ser mais potenciada. Em relação as analises verifica se que a
agua da bomba, do rio Nhansawe e do poço na localidade de Nhassacara tem uma
divergência com o diploma ministerial 180 / 2004, a qualidade de agua para o
consumo humano, neste contexto mostra que a agua do rio Nhansawe e do poço não
está em condições para o consumo humano apresentam as características péssimas.
5.2 Recomendações
Com
base no estudo realizado, recomenda-se que:
A
direcção distrital de recursos naturais se faça uma abordagem sobre a
problemática que se verifica naquele povoado;
Seja
sincera na abertura de bombas de água, furos, poços e entre outras para
minimizar estes constrangimentos;
O
MISAU, continue a sensibilizar e doar cloro aquele povo para reduzir o índice
de doenças naquela região do País;
Tenham
paciência no atendimento hospitalar dos pacientes e sensibiliza-los na
utilização dos medicamentos;
A
população Nhansawe seja encorajada no uso de cloro na água para consumo e
seguir com a dosagem recomendada com o MISAU;
A
pastagem dos gados deve ser feita longe do rio Nhansawe para diminuir algumas contaminações
da água do mesmo rio;
A
população da localidade de Nhassacara, que sempre pressione o governo para
abertura de bombas de agua.
Referencias
bibliografia
- AC,
Grandjean Campbell SM. MOURA,
ASSUMPÇÃO, Hidratação: A importância dos líquidos para uma vida saudável.
- ALCAO, Isabel, como
realizar um projecto de investigação um guião para a pesquisa em sociais,5a edição ,
porto editora 1996.
- ANNANGUDI sp, sun m, SALOMON,an efficient
synthesis of 4-oxo-2-alkenoic acids from 2-alkyl furans”, synlett, 9,
1468,2005.
- BARRAL,
Welber. Metodologia da pesquisa
jurídica. 2 ed (2003).
- BETTEGA, J. M. P. R.; MACHADO, M. R.; Métodos analíticos
no controle microbiológico da água para consumo humano. Ciência e
Agrotecnologia, v.30, n.5, p. 950-954, 2006.
- BINIECKA
Campana Iannilli, metodologia de
investigação cientifica , 8a, edição, cortes editores , São
Paulo,2005.
- CAMPOS, J. Qualidade
sanitária da água distribuída para consumo humano pelo sistema de
abastecimento público da cidade de Araraquara, SP. Rev. Alim. Nutr.,v.
13, p. 117-129, 2002.
- CHANG, R. (2002), Química
Geral. México. Mc
Graw Hill. 2007.
- CHARRIERE, G.; MOSSEL, D. A. A.; BEAUDEAU, P. Assessment of the marker value of
various components of the coli-aerogenes group of Enterobacteriaceae and
of a selection of Enterococcus spp. for the official 25 monitoring of
drinking water supplies. Journal of Applied Bacteriology, v.76, p.336-344,1996.
- CHIRONDA, Salomao Manuel. Regulamento Sobre a Qualidade de Agua para o Consumo Humano.
Departamento de Saude Ambiental, Diploma Ministerial de Saúde, pp. 07-31.
2004.
- G,
Maria Helena e SANTOS, Visual
ciência Química. Editora. verbo, edição 2274, Lisboa 1993.
- GUERRA,.; OTENIO, TORRES, SILVA, M. Ocorrência de Pseudomonas aeruginosa em água potável. Acta
Sci. Biol. Sci., v.28, n.1, p.13-18, 2006.
- GLINKA, N. Quimica
Geral. edicao actualizada e aumentada, Editor Mir. Vol 2. 1987.
- GONZÁLEZ, C.A.; RIBOLI, E.; BADOSA, J.; BATISTE,
E.; CARDONA, T.; PITA, Nutritional factors and gastric cancer
in Spain. American Journal of Epidemiology, 139:466-473. 1994.
- GUILLEM JG, BASTAR AL, Ng J, HUHN JL, Cohen AM. Clustering of colorectal cancer in
families of probands under 40 years of age. Dis
Colon Rectum 1996; 39: 1004-7.
- HEINEMANN,
Butterworth. P. 369 LAKATOS Eva Maria, Metodologia
de investigação científica, 4a edição, São Paulo, 1992
- HILDIZINA,
Norbeto Dias etall, Manual de
Praticas Pedagógicas
- (http://www.e-escola.pt/topico.asp?hid=350.)
- HOLLEMAN wiberg, lehrbuch der
anorganischenchemie, degruyterverlag, 101. Auflage, s. 477 (emalemão).
- KOTCHEN TA, KOTCHEN JM. Dietary sodium and blood pressure: interactions with other
nutrients. Am J Clin Nutr
1997;65(Suppl):708S-11S.
- LUIZ. Relações da
atividade agropecuária com parâmetros físicos químicos da água.
Química Nova, São Paulo, v. 23, n. 5, 2000.
- MACÊDO, J. A. B. de.
Águas & águas. São Paulo: Varela, 2001. 263p.
- MARTEL.B.;
Cassidy, k. (2004), chemical risk analysis: a practical handbook,
butterworthheinemann, p. 369 .hinata 2007.
- MOSER
Emerson, técnica de recolha de dados
da pesquisa, 6a edição, editora mediação, 1987.
- TEMBO,
Manuel. Manual de curso de controlo e análise de água potável. Ed. MISAU,
Maputo, Junho 2008.
- WEINBERGER MH. Salt sensibility of blood pressure in humans. Hypertension 1996;27:481-90.