quinta-feira, 19 de março de 2015

Índice

 

INTRODUÇÃO

Os métodos utilizados em uma AIA envolvem, além da inter e multidisciplinaridade exigida pelo tema, as questões de subjectividade, os parâmetros que permitam quantificação e os itens qualitativos e quantitativos. Desta forma, torna-se possível observar a magnitude de importância destes parâmetros e a probabilidade dos impactos ocorrerem, a fim de se obter dados que aproximem o estudo de uma conclusão mais realística.
É neste contexto que o presente trabalho da cadeira de Avaliação dos impactos ambiental, que tem como Tema: Métodos de Avaliação dos impactos ambientais.

Objectivos:

Objectivo Geral:

Ø  Compreender os Métodos de Avaliação do impacto ambiental.

Objectivos Específicos:

Ø  Definir a Avaliação do impacto ambiental;
Ø  Explicar os métodos de Avaliação do impacto ambiental;
Ø  Identificar os métodos de Avaliação do impacto ambiental.

Metodologia do trabalho

No que diz respeito na elaboração do presente trabalho fez-se primeiro a recolha do material bibliográfico, sua crítica externa e finalmente fez se uma leitura analítica. Tratando-se de um trabalho académico, para a sua melhor compressão usou-se o método de consulta Bibliográfico e alguns documentos extraído na internet com uma linguagem afirmativa clara e precisa.




1.MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAL

Os métodos de avaliação de impacto ambiental servem de referência nos estudos ambientais para se determinar de forma mais precisa a significância de uma alteração ambiental. Também são usados para padronizar e facilitar a abordagem do meio físico, que em geral leva em consideração vários aspectos.
Os métodos de avaliação de impactos ambientais são instrumentos utilizados para colectar, analisar, comparar e organizar informações qualitativas e quantitativas originadas de uma determinada actividade modificadora do meio ambiente, em que são consideradas, também, as técnicas que definirão a forma e o conteúdo das informações a serem repassadas aos sectores envolvidos.
O EIA pode ser realizado utilizando "quaisquer metodologias de abordagem, desde que em acordo com a literatura nacional e/ou internacional sobre o assunto". Porém, deve-se tomar cuidado pois, a maioria dos métodos apresentam carácter subjectivo na abordagem do meio físico. Portanto, devem ser utilizados critérios bem definidos para a escolha do método a ser usado, ou seja,  cada método tem uma aplicação definida, sendo utilizado conforme o caso  (Leite, Fornasari Filho & Bitar, 1990).
Nos quadros a seguir são apresentados alguns dos principais métodos de avaliação de impacto ambiental, mostrando uma descrição sucinta, aplicações, vantagens e desvantagens e exemplos  (modificado de Moreira, 1992 apud Aguiar, 1997).

 1.1.Métodos de avaliação de impacto ambiental

As considerações anteriores sobre a avaliação de impacto ambiental foram realizadas com o intuito de evitar que se discutam os métodos sem localizá-los dentro desse processo mais amplo que é a avaliação de impactos. A esta altura, no entanto, é necessário fazer-se uma distinção entre metodologia, métodos e técnicas de AIA.
Para PIMENTE G. & Pires S.H (1992),
A avaliação é uma metodologia (estudo sistemático com utilização de métodos e técnicas, em lugar de apenas seguir passos processuais para chegar a um certo objectivo), dentro da qual, são definidos certos métodos (procedimentos mais gerais e menos dependentes de um contexto específico), que são operacionalizados com o uso de técnicas (procedimentos relativamente especializados, usados para solucionar determinados problemas).
 Os métodos e as técnicas de AIA são, então, mecanismos estruturados para colectar, analisar, comparar e organizar informações e dados sobre impactos ambientais de uma proposta, incluindo os meios de comunicação para a apresentação escrita e visual dessas informações.
 Envolvem, desse modo, o tratamento do conjunto dos aspectos ambientais. Existem, também, as técnicas utilizadas na fase de predição para medir as condições futuras dos factores e parâmetros ambientais específicos - modelos matemáticos, físicos, análises estatísticas, etc. Em outras palavras, são instrumentos formais e predefinidos, especificamente relacionados com as diferentes disciplinas envolvidas no processo de avaliação, com o objectivo de determinar a magnitude dos impactos. BARBIERI, (2004).
Neste artigo, trataremos somente dos métodos e técnicas de AIA, como definidos anteriormente, por terem estes caracteres gerencial. Esses métodos de AIA podem, então, ser agrupados de acordo com a actividade para a qual sua utilização é mais adequada.
 Desse modo, podem-se resumir esses métodos em: Métodos para a fase de identificação e sumariação de impactos; Métodos para a fase de avaliação.
Dentre os métodos mais mencionados na literatura, fazem parte do primeiro grupo:  métodos ad-hoc, checklists, matrizes, redes, diagramas, métodos de superposição de cartas.
Vale a pena mencionar alguns procedimentos que vêm sendo utilizados, como: coping e elaboração de cenários, que auxiliam na identificação a priori dos impactos e no estabelecimento da importância do impacto para evitar investigações inúteis, e que devem contar, necessariamente, com a participação do público. Os métodos ad-hoc são elaborados para cada projecto específico.
 Os impactos são identificados através de brainstorming, caracterizados e sumariados através de tabelas e matrizes. As listagens de controle (ou checklists) são listas padronizadas dos factores ambientais associados a projectos específicos, onde se identificam os impactos prováveis.
Algumas incluem informações sobre técnicas de previsão de impacto, outras incluem descrição dos impactos ou, ainda, incorporam escalas de valor e índices de ponderação dos factores. As matrizes são utilizadas para relacionar as diversas acções do projecto aos factores ambientais. As quadrículas definidas pela intersecção das linhas e colunas representam o impacto de cada acção sobre cada factor ambiental.

1.2.Avaliação dos métodos

 A escolha de determinado método ou técnica como mais vantajoso para as avaliações de impactos ambientais não é recomendável, por não existir um método ideal, que se aplique a todos os tipos e a todas as fases do estudo. A selecção do método dependerá dos objectivos que se quer alcançar, da disponibilidade de dados, das características do projecto e especificidades da localização, bem como do tempo e dos recursos financeiros e técnicos disponíveis.
A metodologia a ser adoptada deve explicitar e justificar a escolha dos métodos e os objectivos a serem alcançados com a utilização de cada um deles, contribuindo, assim, para facilitar a compreensão de todo o processo e a apresentação e discussão dos resultados com órgãos ambientais e com o público. De modo geral, não se tem observado essa clareza nos documentos que vêm sendo apresentados pelo sector, o que leva o leitor a se confundir com o grande número de dados e conceitos, e com a falta de integração entre os métodos e os resultados, (ROVERE, 1992).
 As consequências da implantação dos empreendimentos muitas vezes ficam escamoteadas ou têm sua dimensão alterada no emaranhado de análises e classificações. Além disso, a maioria das avaliações não contempla a comparação entre alternativas, pelo fato de que os estudos e projectos já se encontram em fase muito adiantada (por exemplo, no projecto executivo) ou mesmo por já ter sido iniciada a construção do empreendimento.
Quanto aos métodos utilizados, pode-se constatar que as matrizes têm sido amplamente empregadas, não somente para identificação dos impactos, sua principal função. Esta aplicação sem a complementação de outros métodos e técnicas, e sem estar dentro de uma linha metodológica, toma-se um instrumento de avaliação incompleto. Pelo seu poder de síntese e de comunicação as matrizes são um poderoso instrumento para subsidiar a avaliação e o processo de decisão, mas os elementos que se obtêm das matrizes não podem ser confundidos com a própria avaliação.
Os métodos utilizados em uma AIA envolvem, além da inter e multidisciplinaridade exigida pelo tema, as questões de subjectividade, os parâmetros que permitam quantificação e os itens qualitativos e quantitativos. Desta forma, torna-se possível observar a magnitude de importância destes parâmetros e a probabilidade dos impactos ocorrerem, a fim de se obter dados que aproximem o estudo de uma conclusão mais realística.
Assim, a metodologia de AIA utiliza para uma proposta métodos e técnicas estruturadas para colectar, analisar, comparar e organizar informações e dados sobre impactos ambientais nestes três sectores citados.

1.3.Métodos e Técnicas de Avaliação de Impacto Ambiental

A partir da promulgação do NEPA (National Environmental Policy Act of 1969), foi instituído formalmente, nos Estados Unidos, o processo de Avaliação de Impacto Ambiental. Desde então, começaram a se desenvolver métodos com o objectivo de sistematizar as análises realizadas, utilizando-se, algumas vezes, de técnicas correntes de outras áreas do conhecimento.
De acordo com ROCHA, (1997, p.423),
 As linhas metodológicas de avaliação são mecanismos estruturados para comparar, organizar e analisar informações sobre impactos ambientais de uma proposta, incluindo os meios de apresentação escrita e visual dessas informações. Devido à diversidade de métodos de AIA existentes, onde muitos não são compatíveis com as condições socioeconómicas e políticas do Brasil, faz-se necessário que sejam seleccionados sob as próprias condições, muitas vezes até adaptando-os através de modificações e/ ou revisões, para que sejam realmente úteis na tomada de decisão de um projecto.
 Fica, então, a critério de cada equipe técnica usuária a selecção daquele (s) método (s) mais apropriado (s), ou parte (s) dele (s), de acordo com as actividades propostas. Dessa forma, a definição da metodologia de avaliação de impactos ambientais consiste em definir os procedimentos lógicos, técnicos e operacionais capazes de permitir que o processo, antes referido, seja completado.

Os métodos de Avaliação de Impactos Ambientais são mecanismos estruturados para identificar, colectar e organizar os dados de impacto ambiental, permitindo a sua apresentação em formatos visuais que facilitem a interpretação pelas partes interessadas (ANDREAZZI & MILWARDDE-ANDRADE, 1990).
Estes métodos variam com as características do projecto e as condições ambientais. Dentre os principais métodos empregados na Avaliação de Impactos Ambientais estão: ad hoc, checklists, matrizes, overlays, redes e modelagem (MAGRINI, 1989 apud SILVA, 1994).

2.1.Os métodos quantitativos são classificados em duas categorias:

Ø  A primeira, centrada preponderantemente na identificação e sintetização dos impactos;
Ø  A segunda, incorpora de forma mais efetiva o conceito de avaliação, podendo explicitar as bases de cálculo ou a ótica de diferentes grupos sociais.
Ø  Na primeira categoria, ou métodos identificativos, encontram-se os métodos tipo:
Ø  Listagem de Controle (Check-Lists);

2.1.1.Matrizes de Interacção,

Ø  Diagramas de Sistemas; Métodos Cartográficos; Redes de Interacção; Métodos Ad Hoc;

2.1.2.Métodos Identificativos

Os métodos Ad Hoc são elaborados para um projecto específico, identificando normalmente os impactos através de longa reflexão, caracterizando-os e sintetizando-os em seguida por meio de tabelas ou matrizes.

2.1.3.Métodos Identificativos

Os métodos Cartográficos foram desenvolvidos no âmbito do planeamento territorial. O mais conhecido é o Método McHarg, desenvolvido em 1969 para determinar aptidões territoriais. Existem ainda outros métodos, em geral próximos ao do determinismo ecológico de McHarg, como o de M. Falque, desenvolvido na França, o de Tricart e, mais recentemente, as análises por satélite.

2.1.4.Métodos Identificativos

Os métodos Check-Lists são relações padronizadas de factores ambientais a partir das quais identificam-se os impactos provocados por um projecto específico. Existem hoje diversas listas padronizadas por tipo de projectos (projectos hídricos, auto-estradas, etc.);
As Matrizes de Interacção são técnicas bidimensionais que relacionam acções com factores ambientais. Embora possam incorporar parâmetros de avaliação, são métodos basicamente de identificação.
Na óptica de LEOPOLD, (1971, p.13),
Os Métodos Identificativos as Redes de Interacção representam um avanço em relação às técnicas anteriores, pois ao estabelecerem relações do tipo causa-condição-efeito, permitem melhor identificação dos impactos e de suas inter-relações. Um dos métodos mais conhecidos é o de Sorensen, elaborado em 1971 para analisar diversos tipos de uso do solo em regiões costeiras;
Os Diagramas de Sistemas são outra categoria de técnicas de identificação e tomam como base o trabalho desenvolvido em Odum (1971). Utilizando simbologia relativa a circuitos electrónicos, os impactos são medidos em termos de fixação e fluxo de energia entre os componentes dos ecossistemas.


2.1.5.O Método Battelle ou Sistema de Avaliação

O método Battelle Columbus para projectos hídricos, podendo ser utilizado tanto para um único empreendimento, micro, como para planeamento de um programa de empreendimentos, macro. A Análise Multicritério decorre da incorporação dos problemas que envolvem a análise de múltiplos objectivos, além de grandes incertezas relativas aos possíveis impactos e aos conflitos entre diferentes ópticas individuais ou de grupos sociais.

2.1.6.Métodos com Base de Cálculo

Segundo DOTE (2000), A Folha de Balanço de Planeamento classifica os atores envolvidos em produtores (empresas, indivíduo, actividade ou local) e consumidores (grupos afectados). Em seguida, contabiliza em termos monetários os custos e benefícios de alternativas para as partes afectadas;
A Matriz de Realização de Objectivos apresenta algumas vantagens em relação ao método anterior na medida que considera os grupos afectados sem classificá-los em produtores e consumidores, pois esta classificação é por vezes difícil, comportando elevado grau de subjectividade.
A Avaliação Ambiental Estratégica – AAE é o termo usado para descrever o processo de avaliação dos impactos ambientais de acções estratégicas que ocorrem em todos os níveis decisórios governamentais que precedem a fase de projectos específicos;


CONCLUSÃO

Finalizando feito o trabalho concluiu-se que, os métodos de avaliação de impacto ambiental servem de referência nos estudos ambientais para se determinar de forma mais precisa a significância de uma alteração ambiental. Também são usados para padronizar e facilitar a abordagem do meio físico, que em geral leva em consideração vários aspectos.
 É importante chamar a atenção para a relação da avaliação dos impactos ambientais e o processo de decisão existente em um empreendimento ou em um conjunto de empreendimentos. A avaliação é mais um elemento que deve ser considerado no processo de decisão, em conjunto com outras análises de natureza energética, eléctrica, tecnológica, etc.
Ainda concluiu-se que os métodos e as técnicas de AIA são, então, mecanismos estruturados para colectar, analisar, comparar e organizar informações e dados sobre impactos ambientais de uma proposta, incluindo os meios de comunicação para a apresentação escrita e visual dessas informações.
A metodologia a ser adoptada deve explicitar e justificar a escolha dos métodos e os objectivos a serem alcançados com a utilização de cada um deles, contribuindo, assim, para facilitar a compreensão de todo o processo e a apresentação e discussão dos resultados com órgãos ambientais e com o público.
Constatou-se que os métodos utilizados em uma AIA envolvem, além da inter e multidisciplinaridade exigida pelo tema, as questões de subjectividade, os parâmetros que permitam quantificação e os itens qualitativos e quantitativos. Desta forma, torna-se possível observar a magnitude de importância destes parâmetros e a probabilidade dos impactos ocorrerem, a fim de se obter dados que aproximem o estudo de uma conclusão mais realística.



BIBLIOGRAFIA

BITAR, O.Y., FORNASARI FILHO, N. & VASCONCELOS, M.M.T. Considerações básicas para a abordagem do meio físico em estudos de impacto ambiental.  São Paulo, boletim 56, 1990.
BARBIERI, José Carlos. Gestão Ambiental Empresarial: conceitos, modelos e instrumentos. São Paulo: Saraiva, 2004. 
CUNHA, Sandra Baptista; GUERRA, António José Teixeira. Avaliação e Perícia Ambiental. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999. 
DOTE SÁ, T. Avaliação de Impactos Ambientais. In: Curso Avaliação de Impactos Ambientais, Apostila...João Pessoa: GAPLAN/SUDEMA.  2000.
PIMENTE G. & Pires S.H, metodologias de avaliação de impacto ambiental: aplicações e seus limites, editora são Paulo, 1992.
LEOPOLD, L.B. et al. A procedure for evaluating environmental impact. Washington: U. S. Geological Survey, 1971.
 ROCHA, J.S.M. Manual de projectos ambientais. Santa Maria: Imprensa Universitária, 1997. 423p.
 ROCHA, J.S.M; GARCIA, S.M; ATAIDES, P.R.V. Avaliações de impactos ambientais em unidades pontuais e lineares. Santa Maria: Imprensa Universitária, 2001. 200p.
 ROVERE, Emilio Lebre La. Metodologia de Avaliação de Impacto Ambiental Documento final, “Instrumentos de Planeamento e Gestão Ambiental – Demandas e Propostas”. Brasília: Ibama, 1992.



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