segunda-feira, 23 de março de 2015

manual do ambiente Diquissone

INTRODUÇÃO

A exploração de recursos minerais em pequenas escala, tem uma longa tradição na Província de Manica. Ela remonta desde os tempos do Império de Muenemutapa, altura em que começara a ser praticada na base de instrumentos e técnicas tradicionais, o que propicia a ocorrência de graves problemas ambiental. É neste contexto que o surge o presente trabalho de investigação científica com o tema: A mineração e meio ambiente: Caso do Posto Administrativo de Nhampassa - Distrito de Báruè, 2007-2014.

Com o estudo ora em causa, espera-se contribuir com ideias que permitam melhorar as condições ambientais em Nhampassa, que vem se desequilibrando devido a actividade de mineração.

A pesquisa, ainda é pertinente porque servirá no futuro de material didáctico na gestão ambiental, no contexto do ensino da Geografia local, na perspectiva de munir os estudantes de conhecimentos que têm por base a sua realidade mais próxima, e em particular no PEA (Processo de ensino-aprendizagem) em Geografia no ESG (Ensino Secundário Geral) em matéria ligada a protecção e conservação da Natureza e sua importância sócio-económico principalmente em Nhampassa - Báruè e no país em geral.

Os estudos ambientais efectuados, recomendam a necessidade de medidas imediatas no sentido de travar o garimpo sem por isso, olhar os benefícios socio-económicos que esta actividade traz para as famílias que a ela se dedicam. Esta problemática suscitou o interesse de efectuar uma pesquisa, com vista a compreender até que ponto a exploração mineira artesanal contribui para a melhoria das condições sociais e económicas das comunidades residentes. O trabalho foi realizado a partir de pesquisas bibliográficas principalmente daquelas que abordam acerca das regras para a elaboração de trabalhos científicos.

Em termos estruturais, o presente trabalho de pesquisa é composto por três capítulos, no que refere o primeiro capitulo, que subscreve sobre a generalização física e sócio económica da região, segundo capitulo, sobretudo onde se decorra o desenvolvimento do trabalho e o terceiro e ultimo capitulo é nesse capitulo onde se desenvolve as conclusões / recomendações e referencia Bibliografia.

TEMA

O presente trabalho apresenta o seguinte tema:

·         A mineração e meio ambiente: Caso do Posto Administrativo de Nhampassa - Distrito de Báruè, 2007-2014

Delimitação do tema

O presente trabalho de pesquisa decorreu no Distrito de Báruè, Posto Administrativo de Nhampassa concretamente nas margens do rio Nhamaiasse localidade do mesmo nome, no período compreendido entre os anos 2007-2014, porque este local está sendo degradado devido a actividade mineira que teve seu início em 2007 e que se prolonga até aos dias actuais.

Justificativa

Com o presente estudo intitulado A mineração e meio ambiente: Caso do Posto Administrativo de Nhampassa - Distrito de Báruè, 2007-2014, para além de interessar instituições (Governo de Moçambique em geral e do Posto em particular, Direcção Provincial para a Coordenação da Acção Ambiental, Direcção Provincial de Recursos minerais e energia, entre outras), e para a comunidade em geral e de Nhampassa com maior enfoque, (uma vez que a mineração assegura economicamente a comunidade que a pratica, pois cria postos de trabalho, dinamiza o comércio), ela enquadra-se na linha de pesquisa de Educação e Desenvolvimento Sustentável e nas disciplinas curriculares de Geografia da Indústria, Geologia Geral, Gestão Ambiental e Educação Ambiental.

Trata-se de um tema que reveste-se de uma elevada importância sócio-económico e ambiental, pois para além de garantir a renda familiar, convida os intervenientes e a quem é de direito, que a pratiquem e/ou que se pratique de forma sustentável, sem no entanto agredir o ambiente.

A escolha do tema, prende-se pelo facto de o autor ser natural daquele Posto Administrativo, onde a partir de 2007, começara a observar que as paisagens físico-geográficas da sua terra natal estão a sofrer alterações significativas e nefastas motivadas pela exploração mineira, que aos poucos vem semeando seus impactos ambientais. Assim, sendo um estudante do Curso de Licenciatura em ensino de Geografia com habilitações em ensino de História, área de formação com fortes afinidades e inclinações ambientais, sente-se obrigado em contribuir, propondo saídas plausíveis a fim de garantir e/ou repor o equilíbrio ambiental na terra que o viu nascer.

Objectivos

Em termos gerais o projecto visa:
·         Analisar as formas de exploração mineira, propondo as soluções para minimização dos efeitos desta actividade no ambiente em Nhampassa;

Em termos específicos, o projecto visa:
·         Descrever as generalidades físico-geográficas e sócio-econômicas do Posto Administrativo de Nhampassa – Báruè.
·         Identificar as formas de exploração mineira no posto administrativo de Nhampassa.
·         Explicar os impactos ambientais da exploração  dos recursos minerais no posto administrativo de Nhampassa;
·         Propor soluções para a minimização dos efeitos desta actividade no ambiente em Nhampassa

Problema

As actividades de mineração são essenciais para o desenvolvimento económico de um País, pois, os minérios extraídos da natureza são utilizados ou como matéria-prima no processo industrial ou como produto comercial. No entanto, esta actividade tem contribuído para grandes desequilíbrios ecológicos.

O processo do extractivismo das pedras preciosas e semi-preciosas, implica na alteração do meio ambiente (perda da biodiversidade, desabamento de terras, erosão, geração de resíduos sólidos entre outros. Estas alterações também são manifestadas em forma de poluição, contaminação e turbidez da água, malefícios que afectam os ecossistemas locais, principalmente os aquáticos. É neste contexto que surge a seguinte questão de pesquisa:
·         Que medidas a seguir com vista a mitigar os efeitos nefastos da mineração sobre o ambiente em Nhampassa?

 

Hipóteses

·         A capacitação (E.A) aos garimpeiros em boas práticas ambientalmente sustentáveis, pode constituir uma das medidas para a mitigação dos efeitos nefastos da mineração sobre o ambiente em Nhampassa;
·         A criação de associações garimpeiras, pode permitir a redução dos efeitos da mineração no ambiente.
·         A pobreza, a explosão demográfico, e a fraca educação ambiental podem constituir umas das causas de exploração insustentável dos recursos minerais.

METODOLOGIA

Para a realização deste trabalho foi tomada com base diferentes métodos e técnicas de investigação em ciências sociais. Nesta óptica foram utilizados dois tipos de métodos:
Métodos

Método de abordagem

No rol do método de abordagem utilizou-se o método indutivo, no qual permitiu conhecer o todo a partir da parte, isto é, consistiu em análise ou estudar os fenómenos partindo do particular para compreender o geral.

Métodos de procedimentos

Existem vários métodos de procedimento, mas para este trabalho privilegiou-se os seguintes:
·         Método histórico – que consistiu num breve historial sobre a evolução temporal da actividade mineira em Nhampassa;
·         Método comparativo – a partir do qual estabelecer-se-á as diferenças e semelhanças em termos temporais e espaciais.
·         Método estatístico matemático – a partir do qual foi efectuadas as tabelas e os gráficos;
·         Método cartográfico – que consistiu na elaboração, leitura e interpretação de mapas.

Técnica e instrumento de recolha de dados

No que diz respeito quando as técnicas de recolha de dados são seguintes:

·         Observação

De acordo com DIAS (2007, p.39), “observação é uma técnica de recolha de dado e os dados recolhidos devem ser analisado”. Esta técnica permitiu observar/estudar de forma directa os fenómenos em estudo
·         Entrevista
De acordo LAKATOS (1991 p.96) entrevista “é uma outra técnica de colecta de dados através de diálogo face a face “entrevista desenvolve-se de maneira metódica e proporciona do entrevistador, verbalmente a informação necessária”.

Na pesquisa, foi utilizada a entrevista individual aberta, de forma a averiguar factos e opiniões, descobrir planos de acção, condutas actuais ou do passado, de forma privada e confidencial, garantindo maior aprofundamento em torno do assunto. Esta técnica foi dirigida ao Director Provincial dos Recursos minerais e energia de Manica.
Também a Entrevistas semi-estruturadas com especialistas e técnicos de sector, autoridades e funcionários públicos ligados aos recursos naturais e meio ambientes, líderes comunitários e representantes dos próprios produtores artesanais de pedras preciosas e semi-preciosas.

·         Inquérito
Para AAVV (2000 p.1160),
Inquérito corresponde a uma forma de apreciação pública relativamente a projectos e planos elaborados por iniciativa da administração no domínio do urbanismo, do ordenamento do território ou do ambiente. Trata-se, então, de, em alternativa à reunião pública, auscultar a população, proporcionando aos cidadãos interessados a possibilidade de, durante certo período de tempo, apresentarem por escrito observações e sugestões sobre projectos previamente divulgados. Estes contributos devem ser ponderados na decisão final relativa ao projecto em causa.

Esta técnica aplica-se na maioria das investigações e tem muitas vantagens se, se quer recolher opiniões sociais, pela quantidade de informações que se obtêm em pouco tempo, em factos ou fenómenos massivos, estudo de grupos e outros. Para a pesquisa, foi utilizado o inquérito do tipo misto, uma vez que dum lado propiciou as respostas mais aprofundadas em torno do assunto, embora sejam complexas na tabulação e de outro lado tem respostas breves e especificas, sendo estas as mais fáceis de tabular. Esta técnica foi dirigida aos líderes locais e os garimpeiros.

População e delimitação da amostra
Amostra é a parte do universo seleccionada de acordo com uma regra ou um plano e que seja representativa. Portanto a população que constitui informante deste trabalho é composta por 1000, garimpeiros da mina do posto administrativo de Nhampassa. Nesta perspectivas Na selecção de amostra da pesquisa proposta, foram entrevistados um número total de 50 garimpeiros, dos quais 28 homens, 15 mulheres e 7 crianças menor de 18 anos, e outros com idade compreendido entre 20 a 50 anos.

Tabela1: mostra a distribuição da amostra
Homens/mulheres
Homens
Mulheres
Crianças
Garimpeiros
28
15
7
Total
50
    Fonte: Autor, 2014

Tipos de pesquisa

Pesquisa é o “processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico. O objectivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos”. (GIL, 1995 p.43).
A pesquisa é classificada quanto aos objectivos: em exploratória, descritiva e explicativa; e quanto aos procedimentos técnicos: em bibliográfica, documental, experimental, levantamento, estudo de campo, estudo de caso e pesquisa – acção. (IVALA et all, 2007). Outrossim, pode ainda ser classificada quanto a abordagem em quantitativa, qualitativa (CHIZZOTTI, 2003).

Quanto aos objectivos, a presente pesquisa é do tipo explicativo permitiu identificar os factores ou causas que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenómenos, aprofundando o conhecimento da realidade, pois explica a razão, o porquê das coisas.
Quanto aos procedimentos técnicos, a pesquisa é do tipo trabalho de campo. Segundo LAKATOS & MARCONI (2008 p.188),
Pesquisa de campo é aquela utilizada com objectivo de conseguir informações e/ou conhecimentos a cerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenómenos ou as relações entre eles. Consiste na observação de factos e fenómenos tal como ocorrem espontaneamente, na colecta de dados a eles referentes e no registo de variáveis que se presume relevantes, para analisá-los.

Com isso, procurou o aprofundamento de uma realidade específica da área de estudo. É basicamente realizada por meio de observação directa das actividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar as aplicações do que ocorre naquela realidade.
Capitulo I - Característica geográfica
Portanto neste capítulo vai se abordar sobre os aspectos físico geográfica, isto é, a localização geográfica e Cósmica; a Características Paleo-geomorfologicas, neste caso vai abordar da geologia, relevo; Aspectos Pedologicos e Biótipo trataram sobre o solo e a vegetação; Clima e Hidrografia, vai-se abordar sobre o tipo de clima e seu factor e principais rios; Características sócio económica, População, Actividade económica e Educação e Saúde.
1.1.Aspectos físicos Geográficos

1.1.1.Localização geográfica do posto administrativo.

O Posto Administrativo de Nhampassa localiza-se na província de Manica no distrito de Báruè, com uma área de 1.376 km2 que é limitado por Norte a localidade Cruz Macossa, a Sul localidade de Chindengue, a Oeste Thewetewe e Tchovzo e a Este  pelo distrito de Macossa.

No que diz respeito quanto a localização Cósmica: localiza-se entre 17° 47’ 44” Latitude Sul,

localiza-se entre 33° 13’ 14” Longitude Este, como ilustra a figura abaixo:
Fig:1. Mapa que ilustra a localização geográfica do Posto administrativo de Nhampassa
 
Fonte: INE, (2008),

1.1.2. Características Paleo-geomorfologicas

1.3.Geologia

 A Geologia como sendo ciência que estuda a composição, a estrutura e a evolução da Terra, através dos produtos e processos geológicos que ocorrem no interior e na superfície do planeta.
O Posto Administrativo de Nhampassa é coberto na sua maioria por estruturas de Pré-câmbrico que é Pré-câmbrico inferior – sendo uma unidade constituída por rochas mais antigas formadas há mais de 600 milhões de anos. Formações antigas, onde apresentar também estruturam que possui vestígios de rochas magmáticas dispersas, como sendo rochas magmáticas dos tipos extrusivas (conhecidas também como vulcânicas ou efusivas) são formados a partir do resfriamento do material expelido pelas erupções vulcânicas antigas, que é mais predominante do posto administrativo. E é classificada por, possuir uma textura vidrosa (vítrea), ou seja, uma textura que não apresenta cristais (a olho nu), e muito dura. 

No que diz respeito quanto a Geomorfologia, o posto Administrativo de Nhampassa possui um relevo planáltico, sendo caracterizado por dois (2) regiões fisiográficas distintas, nomeadamente:

Cordilheira montanhosa, como forma de relevo com uma altitude de 1844 metros, com solos aluviais e temperaturas médias anuais de 18° C, o que permite o desenvolvimento de culturas. Esta região, para além das culturas, também é potencial em pecuária e reúne condições excelentes para o turismo devido às suas belas paisagens.
Planalto, forma de relevo com uma altura de 600 metros de altitudes, com solos argilosos com pouca moderação profunda, boa permeabilidade e elevadas precipitações pluviométricas, como sendo o relevo mais predominante da região, com altura media de 200 a 400 metro de altitude. Em relação ao Planície, o posto administrativo de Nhampassa não possui planície a região é composto por planalto e montanha.
De acordo com CHRISTOFOLETTI, (1980, p. 27), considera se “os processos de formação do relevo são responsáveis pela esculturação das formas do relevo representando acção da dinâmica externa sobre o relevo”. Portanto o processo de formação do relevo do posto administrativo, formou se através da erupção vulcânica, com os agentes intervenientes como a interacção dos factores endógeno e exógenos.
Geomorfologicamente o posto administrativo situa-se no vasto Complexo Granítico do Moçambique Belt onde sobressaiam as colinas e montanhas em forma de Cordilheiras alongadas com orientação NW-SW ao longo da fronteira entre Moçambique e a República do Zimbabwe, para além do extenso planalto de Báruè contornando os maciços montanhosos.
1.1.3.Clima e Hidrografia 
A região de Nhampassa caracteriza-se predominantemente por um clima tropical Temperado Chuvoso de Montanha, com duas estações bem distintas, Chuvosa e seca muito frio. Portanto o clima é modificado por factor de altitude, com temperatura média que variam entre 20º à 26ºC.

A precipitação média anual na estação mais próxima do posto Administrativo é cerca de 1.591 mm, enquanto a evapo-transpiração potencial média anual está na ordem dos 1.240 mm. A maior queda pluviométricas ocorre sobretudo no período compreendido entre Novembro de um ano e Abril do ano seguinte, variando significativamente na quantidade e distribuição, de 1.000 a 1.400 mm na região planáltico.

Portanto quanto a Hidrografia o Posto Administrativo de Nhampassa-sede caracteriza-se por apresentar uma fraca rede hidrográfica, sendo portanto drenado pelos seguintes rios: Nhadue, Nhamaiasse, Fudze, Nhampassa e Phandira este ultimo rio como sendo o rio mais grande da região.

A par destes rios, Nhadue, Nhamaiasse, Fudze, Phandira e Nhampassa este último rio que passa pelo meio do posto sede. Portanto estes constituem como os rios principais do Posto Administrativo de Nhampassa-sede, sendo estes rios com regime periódico ou temporal e rios do tipo intermitente.
Ao longo das suas margens, às comunidades locais praticam a agricultura devido a existência de solos férteis (fluviossolos) que possibilitam maior produção e produtividade, bem como utilizam as suas águas para irrigação, consumo potável, obtenção de produtos alimentares (fauna aquática).
O mais importante ainda é que os rios de Nhampassa não constituem autênticas vias de transporte e comunicação ou não são navegáveis são rios do tipos intermitente a medida em que não possibilitam trocas comerciais entre vários pontos a nível distrital e provincial através dos transportes aquáticos especialmente e não possui uma profundidade normal.  
Quanto as características das águas dos rios, primeiro a água na natureza raramente são puras no sentido de água destilada; contém sais dissolvidos, substâncias, nutrientes, etc., com várias concentrações dependendo das condições locais.
1.1.4. Aspectos Pedologicos e Biótipo
No que diz respeito os aspectos Pedologicos o solo como sendo a camada superficial da litosfera constituindo o meio natural para o crescimento das plantas, a geoforma de terreno derivam vários agrupamentos de solos, destacando-se os agrupamentos de solos argilosos vermelhos, como sendo o solo predominante do posto administrativo de Nhampassa com uma boa capacidade de retenção de nutrientes e água e também os solos arenosos vermelhos e solos vermelhos de textura média, e ainda os litólicos. Estes solos com excepção dos litólicos, são em geral, moderadamente profundos a muito profundos, enquanto os arenosos são pouco férteis.
Estes agrupamentos de solos são localmente recortados por cursos de água que constituem a rede de drenagem natural onde ocorrem solos mais recentes, os aluvionares.
Quanto a características física e química do solo de Nhampassa, principal característica física do solo é a textura do solo, estando bastante relacionada com a utilização e produtividade do solo. Textura diz respeito às dimensões e características das partículas primárias do solo. Essas partículas são agrupadas em função do tamanho, porém apresentam características comuns.
Fracção Areia, é constituída quase que essencialmente de quartzo, apresenta aspereza ao tacto, é responsável pelo aparecimento de macro-poros, e portanto pela aeração do solo, retêm pouca água e poucos nutrientes.
Fracção Argila constituída em sua maior parte por minerais de argila, apresenta sensação de untuosidade (sensação de talco) ao tacto, promove a estruturação do solo, fazendo com que ocorra o aparecimento de um alto volume de poros, principalmente de micro-poros, retém muita água e muitos nutrientes.
No que diz as principais características químicas do solo do posto, estão relacionadas com o uso do solo e o desenvolvimento das plantas.

 

Regiões biogeografico constituem um tipo de classificação do planeta em divisões que representam inter-relações entre organismos e meio, mas mostrando uma visão evolutiva. Portanto são áreas com características similares em fauna e flora. Cada região é fundamentada na similaridade da composição da fauna e flora em termos de sistemática e história evolutiva da biota.
Portanto quanto Fauna o Posto Administrativo de Nhampassa enquadra-se na região afro-tropical; é constituído por uma fauna e Flora diversificada com características similares em termos da sua evolução histórica e sua composição. Neste caso as espécies existentes na região de Nhampassa são: roedores, herbívoros, mamíferos e ave-fauna. Desta última fazem parte o mocho, pombo, galinha-do-mato, perdiz, rola, cegonha, águia abutre entre outras. Existem também répteis como a Jibóia, serpente propriamente dita, com nome cientifico (Sagittarius serpentarius), e cobra, gala-gala, e outros.
Igualmente, nesta região existem alguns animais bravios como: tigres, macacos, gato bravo (felislybica), Javali (Phacochoerus aethiopicus), gazela, ratazana e coelhos. As principais espécies domesticadas são as seguintes: galinha, galinha-do-mato, patos, cabritos (Sylvicarpra grimmia), porcos e bois (Connochaetes taurinus). Predomina ainda a fauna aquática que se caracteriza por peixes de espécies diversificadas na água doce.
No que diz respeitos a Flora ou vegetação do posto Administrativo de Nhampassa na maior parte da região em estudo consiste em mistura de diversos tipos de vegetação conjuntamente designados por ‘miombo’, que inclui floresta densa, capim, e que na algumas vezes encontram-se muito perturbadas devido a considerável intervenção humana.
Por sua vez, a agricultura tradicional como agricultura Itinerante e de Sequeiro o abate a vegetação para obtenção de combustível lenhoso e carvão vegetal, as queimadas descontroladas bem como a extracção mineiras constituem as principais actividades que afectaram seriamente a vegetação terrestre local.
Segundo MINAG (2005, Pp.17-34), o Posto Administrativo de Nhampassa possui floresta densa, floresta semi-densa, floresta aberta com árvores entre 3 a 7 m de altura, excepto em algumas áreas em que se encontram manchas esparsas de árvores com uma altura superior a 7 m. Igualmente possui formações caracterizadas pela dominância de uma camada herbácea ou arbusto.
1.2. Características sócio económica
A Breve historial local, a origem do nome Nhampassa partiu de um rio que possuía muitos caniços, em língua materna vulgo (Bassa) que quer caniço, onde as populações locais faziam as suas actividades que iam cortar os tal caniços para fazer esteira, é dai que surgem o nome de Nhampassa. Portanto ‘Nhampassa’ que significa na língua local lugar onde sai muitos caniço ou esteira de Caniço.

1.2.1.População

A população de Nhampassa derivam de povo Mabarue uma língua de origem Shona, com uma organização social é de uma família largada, que possuí um numero total de 33.006 de habitantes dos quais, 15.781 homens e 17.225 mulheres de acordo com a INE (2007). Com uma Faixa etária de 0 a 45 anos de idade, isto é, de 0 a 18 anos são crianças, de 18 a 35 anos são jovens e de 45 a 65 são adultos.
O território de Nhampassa é habitado maioritariamente por membros do grupo social Nhampassa, um dos seguimentos da etnia Shona, onde se o grupo etno-linguístico Shona, sitonga, Chibáruè e Sena e uma língua oficial Portuguesa.
O Chibáruè constitui a língua base de comunicação, sendo falado por mais de 70% da população e 20% falam a língua oficial portuguesa. O Shona e o Sena são outras línguas usadas, porém por uma parcela mais pequena da população com 10%. Estas línguas têm afinidades que facilitam a percepção recíproca.
Quanto a religião existente no posto administrativo a religião Zione, Católica e Evangelica. E a religião mais predominante é a região Zionica, dos 100% das igrejas rezadas 65% é de Zione 20% Católica e 15% Evangélica.
1.2.2.Actividade económica
No Posto Administrativo de Nhampassa as actividades económicas são largamente baseadas na produção agrícola, criação de gado, pastorícia, mineração, caca à escala de subsistência e comercial, exploração dos recursos minerais florestais.
A produção agrícola é feita predominantemente em condições de sequeiro, nem sempre bem sucedida, uma vez que o risco de perda das colheitas é alto, dada a baixa capacidade de armazenamento de humidade no solo durante o período de crescimento das culturas.
O solo é usado pelo sector familiar numa base de posse tradicional, obedecendo à prática de agricultura itinerante como sendo o tipo de agricultura predominante, onde anualmente os camponeses abrem novas terras, deixando as anteriores em pousio. Os camponeses recorrem frequentemente às queimadas.
O posto administrativo tem pequena indústria local (moageiras, carpintaria e artesanato) surge como alternativa à actividade agrícola, ou prolongamento da sua actividade, possui moageiras de 3ª classe e moageira de 2ª classe, empregando os trabalhadores.
O posto administrativo possui um potencial indústria extractiva em recursos minerais, e em exploração parcial, havendo ocorrência de recursos minerais, nomeadamente, ouro aluvionar, ao longo do rio Phandira, turmalinas e outras pedras preciosas. Essa actividade industrial é forte porque traz um benefício não só por parte da população local também em Moçambique em geral.
No que diz respeito quanto a actividade comercial do posto é do tipo informal, Possui também lojas (operacionais), mercado informal. Portanto constitui uma estratégia importante para a sobrevivência do excedente de mão-de-obra, sobretudo migrantes rurais e mulheres que, devido a factores sócio económicos, são mais expostos ao desemprego e subemprego. Comércio informal no posto administrativo de Nhampassa contribuiu na criação de emprego e de rendimento para grande parte da população local.
Portanto as principais actividades desenvolvidas no posto de Nhampassa, são agricultura, mineração, pastorícia, comercio e caça, como podemos ver no gráfico a seguir.
Gráfico1: mostra as principais actividades desenvolvidas no posto administrativo de Nhampassa
 
     Fonte: Autor, 2014
1.2.3. Educação e Saúde
Para INE (1999, p. 22) refere que,
O conhecimento das características educacionais duma população tem vital importância. Primeiro, a alfabetização, o nível educacional e a frequência escolar vinculam-se com as condições gerais de vida de um país; uma população com um nível educacional maior pode esperar-se dela uma organização social, económica e política mais eficaz, um grande desenvolvimento e receitas per-capita mais elevadas.
Em 2011, o Posto Administrativo de Nhampassa -sede contava com 7 escolas, sendo destas, Uma de Escola Secundaria (de 8ª a 10ª classes), Uma EPC (6ª a 7ª classes) e 5 EP1 (1ª a 5ª classes).
Assim, o nível educacional é um factor preponderante para compreender as relações estabelecidas entre a população e o ambiente, essencialmente no respeita a forma de utilização dos recursos minerais, pois, uma comunidade com alto nível de escolaridade terá maior possibilidade de adoptar estratégias que visam solucionar inúmeros problemas de caris meramente sócio-económico e ambiental. Deste modo, constata-se que, a educação é uma ferramenta essencial rumo ao desenvolvimento sustentável de que o Posto Administrativo de Nhampassa.
Portanto não pode-se de qualquer forma olhar a saúde apenas, como a ausência de doença.  De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), apud CARMO (2001, p. 229) define “saúde como um bem-estar físico, psíquico e social do indivíduo”.
De acordo com INE (2005, p. 58), O Posto Administrativo de Nhampassa possui uma Unidade sanitária que se encontra localizado na sede do posto administrativo, que esta juntado todos os serviços da saúde.
Portanto mesmo assim, verifica-se que até ao presente momento os serviços de Saúde esta ainda a um nível bastante insuficiente na região em estudo, tendo em conta o crescimento populacional actual.
Com isso verifica-se que em certas povoações a população percorre a pé ou de bicicletas uma distância média de 10 km para ter acesso aos serviços de saúde. Contudo, esta situação tem desencorajado à maior adesão aos serviços de saúde, preferindo todavia, recorrer ao uso de ervas locais, e aos médicos tradicionais (curandeiros) em detrimento das unidades sanitárias.
A comunidade tem tido uma participação activa nas actividades deste sector, destacando-se dentre elas, a adesão às campanhas de vacinação através dos líderes comunitários, saneamento do meio, parteiras tradicionais e agentes polivalentes.
Em relação a infra-estrutura do posto administrativo, possuiu várias infra-estruturas melhoradas e não melhoradas, em relação melhoradas possui escolas, Hospitais do tipo 1, sede do postos administrativo de Nhampassa, casas melhoradas, igrejas, as casas de madeira e zinco e de bloco ou tijolo representam somente 2% do total das habitações do posto, a sua maioria localizadas na sede do posto administrativo.
Em relação as casas não melhoradas o tipo de habitação modal do posto é “ casa de palhota, com pavimento de terra batida, tecto de capim ou colmo e paredes de caniço ou paus”. Vivendo em palhotas com fraca utilização de latrinas e água colhida directamente em poços ou furos e fontenária. Em relação a outras utilidades, o padrão dominante é o de famílias possui a energia eléctrica “sem rádio”
O Posto Administrativo de Nhampassa é acessível ao transporte rodoviário. Contudo, a mobilidade espacial de pessoas, bens ou mercadorias, é assegurada pelos vulgos “chapa-100” que são pequenos transportadores semi-colectivos de passageiros privados que fazem a interligação a nível intra e inter-distrital.
O Posto Administrativo de Nhampassa liga-se a Vila de Catandica e Vila do Distrito do Guro pela EN7. Esta, encontra-se actualmente em óptimas condições de transitabilidade, comparativamente a épocas anteriores, visto que houve uma reabilitação e ampliação da estrada, o que permite uma interligação á vários pontos em menos tempo, fazendo uma comunicação em vários pontos a partir das localidades, postos, distritos e até província.







Capitulo II: Fundamentação teórica
Portanto vários autores, debruçam sobre a problemática da exploração dos recursos minerais no Mundo em geral e em Moçambique em particular. No entanto, para o presente trabalho foram consultados os seguintes autores: Serra & Cunha (2003), MICOA (2009), Gonçalves (2003), Alexandre (2009), Silva (2007), entre outros autores que abaixo se descrevem.
Conforme MICOA (2009, p.13), “a mineração ‘e uma actividade económica muito importante em muitos países em desenvolvimento, quer em pequena escala são inerentemente perturbadores para o ambiente, produzem enormes quantidades de resíduos que pode ter impactos negativos durante a época”.
A degradação da ambiente causada pela mineração ocorre principalmente como resultado inadequado e a ignorância de práticas e medidas de reabilitação. 
Para a materialização da pesquisa, o autor basear-se-á em MICOA (2009 p.20), onde afirma que a mineração “tem se tornando de risco devido a exploração de mineiros tais como mercúrio para separação do metal e tecnologias rudimentares, insegurança na saúde e no trabalho e com impactos negativos para a saúde ambiental”.
Neste contexto pode se afirmar que a mineração para além de ser uma actividade positiva, esta cria danos avolumados sobre o ambiente como é o caso de exploração de mercúrio para a separação de metal, uso de tecnologias atrasadas.

Para Silva (2007, p.2), refere que,
 A mineração é um dos sectores básicos da economia do país, contribuindo de forma decisiva para o bem-estar e a melhoria da qualidade de vida das presentes e futuras gerações, sendo fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade exânime, desde que seja operada com responsabilidade social, estando sempre presentes os preceitos do desenvolvimento sustentável. É importante reconhecer e manter sob controlo os impactos que esta actividade provoca no meio ambiente, assim proporcionando um meio ambiente adequado para as futuras gerações que estão por vir.
Assim enfatizando a ideia de autor acima como toda exploração de recurso natural, a actividade de mineração provoca impactos no meio ambiente seja no que diz respeito à exploração de áreas naturais ou mesmo na geração de resíduos, com isso seja preserva-lo. Os principais problemas oriundos da mineração podem ser englobados em cinco categorias: poluição da água, poluição do ar, poluição sonora, degradação do terreno, incêndios.
A seguir, serão relatadas algumas actividades de exploração mineral em Moçambique onde são abordados os impactos ambientais gerados durante o processo de exploração e disposição de seus resíduos.
SERRA & Cunha (2003, p.296), “a Lei n.º 14/2002 de 26 de Junho, a nossa lei de Minas que no domínio de protecção ambiental significou um salto qualitativo em relação ao anterior. Este instrumento conte, nas suas estruturas orgânicas em capítulo específicos dedicado a gestão ambiental da actividade mineira”. 
Pode se salientar que o dever que cabe ao titulares de diferentes licenças sectoriais prevista para a exploração dos recursos minerais (designamente a concessão mineira, o certificado mineiro e a senha mineira) de cumprir com as exigências de protecção e de gestão, e restauração ambiental, nos termos da legislação em vigor. 
A exploração mineira no posto administrativo de Nhampassa.
Antes de mais nada importa referir as características fundamentais da mineração artesanal, principalmente a mina de Nhampassa, são: (i) Intensiva utilização de mão-de-obra; (ii) Conflituosidade social e legal; (iii) Baixo desenvolvimento tecnológico; (iv) Deterioração ambiental; (v) Precárias condições de segurança e higiene; (vi) Baixo custo de produção; (vii) Dinamizador das economias locais; (viii) Alternativa de emprego para sectores afectados pela pobreza; (ix) Ampla distribuição geográfica; (x) Abastecimento de mercados locais.
De acordo com GCL, (2010, p.20), afirma que, são vários motivos que levam as pessoas a empreenderem a mineração, dentre elas:
·         Falta de emprego e necessidade de estratégicas de sobrevivência das comunidades: nas regiões rurais verifica-se uma grande carência de postos de trabalho. Assim sendo, uma das formas de se evitar o êxodo rural as pessoas tendem trabalhar nas minas para o seu auto-sustento;
·         Valorização económica dos mineiros: uma vez que o planeta apresenta um universo de minérios e origens, estruturas e valores diferentes, cada região procura a todo custo valorizar os seus;

Formas de exploração mineira do posto administrativo de Nhampassa

Ainda GCL, (2010, p.20), existem duas formas básicas de extracção dos minérios:
·         A céu aberto, que consiste na remoção do vegetal seguida a da terra e extracção do minério. Esta forma é usada para extracção de pedras preciosas e semi-preciosas. De acordo GONÇALVES (2003), a céu aberto é praticado sem seguir métodos elementares de segurança. Têm-se registado diversos desabamentos devido a falta de estabilidade dos taludes.

·         A mineração subterrânea é praticada na situação em que o minério está a profundidades que impossibilita a mineração a céu aberto. O dispositivo de suporte do tecto é feito por meio de madeiras.

Processamento

Para o caso do processamento da mineração de pedras preciosas e semi-preciosas, é duma forma simplificado. Depois da remoção do minério, os mineradores seleccionam as pedras manualmente. Durante este processo de sorteamento manual, os instrumentos mais usados são enxada, o martelo e escopro para livrar a pedra da rocha encaixante (pegmatito e quartzo), como as imagens abaixo se ilustra, o processo de selecção, sorteamento e alguns exemplos de pedras preciosa como água marinha.
Figura1: As imagens abaixo os garimpeiros sorteadores e tipos de pedras (agua marinha depois de sortear).
 
Fonte: Autor, 2014

Impactos da exploração mineira do posto administrativo de Nhampassa

Impacto ecológico
O primeiro impacto da exploração insustentável dos recursos florestais no Posto Administrativo de Nhampassa é o desflorestamento, facto este que contribui para a alteração física da paisagem natural local, conduzindo assim à uma descaracterização acentuada da mesma, isto é, um mão aspecto estético-visual da paisagem como resultado da destruição da cobertura vegetal. Com efeito, nota-se que com a redução significativa das florestas naquela região poderá provocar reflexos negativos e graves na degradação dos solos e na regularização das bacias hidrográficas e na manutenção das espécies.
Sacarão (1991:284) considera que:
“A destruição das Arvores, por exemplo, poderá afectar o ambiente terrestre e a vida humana de muitas maneiras, desde a estabilidade (relativa) do clima, à erosão dos solos, etc. Parte do oxigénio da atmosfera provém das vastas florestas e a destruição destas últimas poderá ter efeitos sobre o padrão climático, com outras e numerosas consequências que daí advirem sobre a paisagem, a fauna e a vida humana”.

Por outro lado o impacto ambiental entende-se qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria resultante das actividades humanas que, directa ou indirectamente, afectam: I – a saúde, a segurança e o bem-estar da população; II – as actividades sociais e económicas; III – a biota; IV – as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; V – a qualidade dos recursos ambientais


Os impactos ambientais negativos encontrados na mineração de Nhampassa que afecta a comunidade local são: turbidez das águas no rio Nhamaiasse; Perda da geologia local após a abertura da cava modificando de forma brusca o relevo, que pode causar a erosão humana; altera gravemente permeabilidade do solo; perdas da vegetação e a fauna e destruição do ecossistema local; A alteração da qualidade do ar; desmatamento da floresta; modificações do relevo. Como pode se ver alguns exemplos das figuras abaixo.
Figura2: ilustra abertura de cova, destruição do ecossistema.
 
Fonte: (Autor, 2014)

Consequências de exploração mineira do posto administrativo de Nhampassa

GCL, (2010, p.11), Qualquer actividade que seja realizada apresenta seus resultados. Assim, a mineração de Nhampassa tem as suas consequências ou resultados:
Ø  Migração das pessoas: para além de outros aspectos, todas as pessoas desejam levar uma vida economicamente saudável, daí, elas deslocam-se a procura de melhores condições de vidas, motivadas também pela mineração. Assim acontecendo, teremos no local de chegada para além do aumento da população, verificar-se-á a criminalidade, perda da biodiversidade (pode-se verificar a extinção das algumas espécies ou micro-organismo durante o processo mineiro), desabamento das terras (devido a movimentação do solo), aumento de erosão e geração de resíduos sólidos; Degradação das terras para agricultura na medida em que a maioria das minas se localizam nas propriedades agrárias; Existência de grandes fendas e buracos, uma vez que os mineradores artesanais não fazem aterro das minas abandonadas.

Na saúde ambiental notou-se que há problemas de assoreamento de rios, erosão, poluição dos rios e contaminação de solos e também persistência de certas doenças nos acampamentos dos mineradores tais como malária, diarreias, doenças pulmonares. Também existência de grandes fendas e buracos, uma vez que os mineradores artesanais não fazem aterro das minas abandonadas.
Na área social na qual constatou-se que em Nhampassa muitos dos garimpeiros estão no sector por falta de outras alternativas de emprego e que a comunidade mineira é composta não só por homens mas também por mulheres e crianças que necessita das melhores formas ou condições para a sua sobrevivência, neste caso houve a perdas de campos agrícolas por parte da população local, despovoamento nos lugares de origem, perda da vida dos garimpeiros por causa de desabamento da terra.
As mulheres e as crianças são utilizadas como mão-de-obra auxiliares, desrespeitando a legislação laboral e os direitos fundamentais da criança e mulher. As autoridades governamentais locais afirmam ser difícil controlar e disciplinar a actividade mineira nas condições actuais.
No posto administrativo de Nhampassa também é significativo a participação de crianças nas actividades auxiliares de mineração. Na sua maioria estas crianças são órfãs e vítimas de várias situações de vulnerabilidade social e económica. Elas realizam as mesmas actividades auxiliares como as mulheres. A idade mínima de pessoas abrangidas pelo estudo é de 8 anos e vai até mais de 50 anos. A idade média situa-se em 36 anos. Consta que maior percentagem dos mineradores no campo é de jovens com idades compreendidas entre os 20 e 30 anos de idade.
Para GCL, (2010, p.12), avança que, a desvantagens da mineração artesanal em Nhampassa são:
Causa problemas ambientais e de saúde pública graves; É uma actividade de difícil controlo por parte do Estado devido ao seu carácter informal desregulado e migratório; Não presta nenhuma contribuição fiscal; Condições precárias de trabalho, segurança mineira e tecnológicas de exploração mineira; Fomenta a imigração de estrangeiros e de práticas ilícitas de enriquecimento; Ausência de formação e treinamento dos mineiros artesanais; Ausência de organização dos mineiros em associações, organizações comunitárias ou em pequenas empresas; Existência de péssimas condições de saneamento e higiene nos acampamentos dos mineiros ambulantes.

Formas de mitigação da actividade de exploração mineira

Portanto conscientes dos graves problemas que são resultado da exploração insustentável provocados pela exploração, deve-se procurar possíveis soluções que permitam mitigar ou minimizar os impactos negativos dos recursos minerais, isto é, na tentativa de salvaguardar os recursos, resolver os problemas inerentes a pobreza nas populações locais, visto que este factor constitui uma das causas fundamentais da degradação ambiental. As Formas de extracção mineira são:       
·         Prospecção e pesquisa mineral; Criação de associações; Capacitação de garimpeiros em boas práticas; Recuperação das áreas degradadas; Implementação da tecnologia adequadas para extracção de recursos minerais; Nas explorações a céu aberto as terras de coberturas devem ser retiradas para uma distância de segurança mínima de 2m e Observância de leis e regulamento específicos em rigor sector mineiro.
Por isso, Gaudiano, (2001, p.36)
 A educação ambiental é um elemento essencial de todo o processo de desenvolvimento ecológico, e como tal, deve fornecer a todos os indivíduos e comunidades destinatárias, as bases intelectuais, morais e técnicas que lhes permitam perceber, compreender, resolver eficazmente os problemas produzidos pelo processo de interacção dinâmica entre o meio ambiente natural e o criado pelo homem (quer se trate das suas obras materiais ou das suas estruturas sociais e culturais).

Portanto deve-se disciplinar os violadores, tal como sugere Bila & Salmi (2003, p.29) “uma boa estratégia de fiscalização deve ter três componentes essenciais: prevenção, detecção e repressão”[1]. Em busca ainda de solução um dos nossos inquiridos propôs as seguintes medidas: Deve-se elaborar projectos para sensibilizar ambientalmente a população, evitar destruir do ambiente e criar emprego para pôr as pessoas a trabalharem.
Capitulo II, Apresentação, análise e interpretação de dados Observados

Durante a pesquisa a forma de exploração mineira verificado no terreno é a céu aberto, com a remoção da terra vegetal ou decapagem e segue-se de seguida a remoção do minério. Este método è usado para extracção de pedras preciosas e semi-preciosas.

As águas provocam grande instabilidade de poços escavados em áreas de depósitos aluvionares e húmidas. Foram registadas algumas casualidades provocadas por desmoronamentos de paredes desses poços. Como pode-se ver as imagens abaixo.
Figura, as imagens mostra a mineracao a ceu aberto
 
Fonte: Autor, (2014)

Como mostra a figura em cima, abertura de covas para que facilita o processo de extracção das pedra preciosas e semi-preciosas, verifica se nesta mina onde são visíveis as covas abertas pelos garimpeiros ao longo da montanha, feito assim abertura pode causar grande perigo na parte dos garimpeiros, também no meio ambiente. 

Forma de protecção
Durante a abertura das covas, os garimpeiros é necessário devolver a terra retirada, isto é, Recuperação das áreas degradadas, fazer replantios das árvores, para permitir o equilíbrio do ambiente. Como pode-se ver a figura abaixo.

Figura mostra a área recoberta ou recuperada  
Fonte: Autor, 2014.
Apresentação, análise e interpretação dos dados da Entrevista com os garimpeiros.
Apresentação dos dados com os garimpeiros
Pergunta
Objectivos
Respostas
1
Saber o números dos garimpeiros que praticam a actividade de mineração artesanal.
R/.Por ser um trabalho informal o número de homens e mulheres é indeterminado, estima se no total cerca de 1000 garimpeiros
2
Conhecer que a Mineração é uma actividade feita por indivíduos nacionais ou estrangeiros.
R/.A mineração é feita por pessoas nacionais e estrangeiros
3
Identificar os problemas ambientais causados pela actividade mineira no posto administrativo de Nhampassa.
R/. Os problemas ambientais causados pelo processo de extracção mineira de Nhampassa são: poluição da água, desmatamento, erosão do solo, perda da biodiversidade, perda da qualidade do ar, etc.
4
Compreender as causas que levar a comunidade praticar actividade mineira.
R/. As causas que leva a comunidade local a praticar a actividade mineira são: a pobreza como sendo a causa principal.
5
Promover as condições de trabalho.
R/. Os garimpeiros não tem equipamento de protecção, caso os põem risco a saúde.  
6
Conhecer as instituições que apoiam os garimpeiros em equipamento de protecção.
R/. De acordo com as populações entrevistadas desde que iniciou a actividade de extracção mineira em Nhampassa nenhuma das instituição que já se fez presente a fim de prestar apoio de equipamento de protecção.
7
Identificar as consequências tem verificado para os exploradores que não tem material de protecção nas suas actividades.
R/. São várias consequências como: doenças respiratórias, acidentes de trabalho, diarreia são muito frequentes.

Fonte: Autor, 2014
Apresentação, análise e interpretação dos dados da Entrevista da direcção distrital dos recursos minerais.
Apresentação dos dados da direcção distrital de recursos minerais
Perguntas
Objectivos
Respostas
1
Conhecer as formas de exploração mineiras dos garimpeiros no posto administrativos de Nhampassa.
R/. As formas de exploração mineiras do posto administrativo de Nhampassa são a exploração da mina ao céu aberto.
2
Compreender a analise o governo distrital de Báruè propõe para minimização dos efeitos desta actividade no ambiente em Nhampassa.
R/. A análise do governo distrital para minimizar os efeitos da actividade no ambiente de Nhampassa é capacitar os garimpeiros, criar uma associação dos mesmos para permitir a comercialização dos garimpeiros na área do ambiente local.
3
Identificar os incidentes mais registados no local de trabalho.
R/. Os principais incidentes mais registado são desabamento da terra, destruição do ecossistema local, falta de uso de equipamento.
4

Conhecer o sistema de monitoramento e fiscalização para evitar os danos ambientais.
R/. O sistema de Monitoramento sempre tem sido um acompanhamento e promoção das actividades minerais, a sensibilização, mobilização, fiscalização e auditoria.
5
Saber as medidas a seguir com vista a mitigar os efeitos nefastos da mineração sobre o ambiente em Nhampassa.
R/. As meditas são, fazer replantios das arvores, recuperação das áreas degradadas, capacitar os garimpeiros, Observância de leis e regulamento específicos em rigor sector mineiro.

 Fonte: Autor, 2014

Perguntas
Objectivos
Respostas
1
Conhecer as pessoas trabalha nesta mina.
R/. As pessoas que trabalha nesta mina são Homem, mulheres e crianças.
2
Saber a tarefa de cada um.
R/. Os Homens – aberturas das covas, sorteamento, Mulheres e crianças -sorteadoras e seleccionadora
3
Identificar os problemas que afectam os mineradores.
R/. Os problemas que afectam os mineradores são a falta de formação, falta de instrumentos adequados, falta de apoio sanitário.
4
Identificar os problemas ambientais causados pela actividade mineira.
R/. Os problemas ambientais causados pelo mineradores são erosão do solo, empobrecimento do solo, destruição de habitat, poluição de água, mais.
5
Mencionar tipo de tecnologia utiliza para a extracção mineira e processamento.
R/. Os tipos da tecnologia utilizada para a extracção e processamento são: Picareta, pá, enxada, carinha da mão e mais.
6
Saber os porque usar essa tecnologia.
R/. Os porque é mais apropriada para este trabalho.
7
Conhecer a forma de organização da sua mina.
R/. A forma de organização dessa mina é duma forma associada e grupo informais.
8
Saber se existe alguma necessidade de formação e treinamento em matéria de acesso e direitos sobre os recursos naturais.
R/. Não existe uma necessidade de formação e treinamento.
9
Saber se já teve alguma formação ou treinamento.
R/. Não
10
Compreender se existe uma relação entre os mineiros e as demais organizações ou instituições.
R/. Existe uma relação e a relação é Boa.
11
Saber se os garimpeiros tem alguma licença para exploração mineira.
R/. Não
12
Descrever de como os garimpeiros conseguiu obter a terra onde explorar a sua actividade.
R/. Respostas não confortáveis
13
Saber os principais conflitos resultado da mineração de Nhampassa.
R/. Os conflitos resultados da mineração de Nhampassa são: roubos, marginalidade, prostitutas, infidelidade, lutas violentas, e mais.
14
Identificar os mecanismos para resolver tais conflitos.
R/. Os mecanismos para resolver tais conflitos é preciso que haja homens da lei e ordem como por exemplo, policia, autoridade local, fiscal de controlo e mais.
15
Qual e a sua sugestão em relação as necessidade de planeamento de uso de terra e zoneamento territorial.
R/. a sugestão em relação as necessidade de planeamento de uso de terra e zoneamento territorial são. Respostas não confortáveis.
16
Saber os seus compradores das pedra-preciosa no posto de Nhampassa.
R/. Os compradores são estrangeiros e nacionais.
17
Saber se a população conhece da legislação sobre a mineração.
R/. Não.
Fonte: Autor, 2014


Capitulo III. Conclusões / Recomendações
Conclusão
Feito o trabalho concluiu-se que o desenvolvimento sustentável e equitativo deve ser um processo de criação de oportunidades para todos, como base para a melhoria da qualidade de vida da comunidade. A mineração artesanal e de pequena escala usa os recursos naturais para satisfazer as necessidades da comunidade hoje. Ela reconhece que a organização dos mineradores é essencial e deve dispor de meios de alcançar um desenvolvimento económico dos seus membros, suas famílias e da comunidade local.
Apesar destes impactos positivos que a mineração artesanal de pequena escala produz igualmente causadora de imensos problemas no meio ambiente e na saúde pública. A erosão dos solos, a poluição e assoreamento dos rios atingiram níveis inaceitáveis que reclamam uma acção urgente do governo, da sociedade civil e dos parceiros de cooperação.
Ainda concluiu-se que a recorrência de uma tecnologia rudimentar por parte dos mineradores artesanais deve-se a vários factores como sejam, desconhecimento de uma outra tecnologia, a simplicidade e o hábito desta tecnologia, o risco na mudança de tecnologia, falta de capital para suportar uma tecnologia mais avançada e a disponibilidade e baixo custo de instrumentos.
Embora as comunidades reconheçam os efeitos nefastos da mineração, preferem que esta actividade continue pois contribui para aumento do rendimento familiar. Muitas famílias possuem bicicletas, motas, casas feita de blocos e cobertas de chapas de zinco, graças as pedras semi-preciosas.
Também constatou-se que o uso de crianças na mineração é notória pois para muitos, as crianças devem se familiarizar e receber ensinamentos dos seus predecessores das principais actividades. O argumento é que não é só na mineração que as crianças estão envolvidas, mas sim, em todas as actividades de casa. As mulheres fazem parte uma importante componente na actividade mineira artesanal. Elas estão envolvidas principalmente na selecção, lavagem de minério e em actividades adicionais tais como a venda de comida, e outros bens nas zonas de mineração.

Medidas urgentes de intervenção são necessárias para disciplinar a mineração artesanal. Essas medidas incluem primariamente a organização dos mineradores em associações ou organizações de base comunitária.

Recomendações
Portanto face as constatações apresentadas no estudo, sobretudo para aspectos que constituem fraquezas e a dada a necessidade de mudar o cenário ambiental actual do sector mineiro artesanal e de pequena escala para um cenário responsável e sustentável.
Considerando os graves danos ambientais que actividade mineira provoca, recomenda-se que o governo provincial, em coordenação com os governos distritais tome medidas em conjunto tendentes a conter os actuais desmandos.
Para iniciar o processo de criação ou potenciação de associações de mineradores artesanais, começando com a selecção de uma comunidade piloto no distrito de Báruè, principalmente a comunidade sugerida de Nhampassa.
Para o efeito recomenda-se o governo provincial deveria criar uma equipe de peritos da Direcção Provincial da Agricultura, Direcção Provincial dos Recursos Minerais e Energia, Direcção Provincial Coordenação Acção Ambiental e as técnicas indicadas pelos governos distritais de Báruè, para preparar uma proposta de desanexação das concessões que estão na situação de ociosidade e passarem a ser áreas designadas. Assim, criar-se-iam as condições para a formação de mais associações minerais.
Intensificar medidas de controlo e punitivas aos mineradores ilegais para desencorajar essa prática através da fiscalização feita pelas entidades dos recursos minerais e governos locais;
O governo provincial deverá criar condições para o estabelecimento de um centro de corte e apedrejamento de pedras preciosas e semi-preciosas no distrito de Báruè. Este centro prestaria serviços a associações, empresas e indivíduos que o desejassem;
Capacitar os governos distritais para intensificar a divulgação das normas e técnicas de segurança mineira, assim como o regulamento ambiental para o sector mineiro.
Nas áreas de mineração artesanal, é preciso definirem-se mecanismos de consulta comunitária para satisfazer os interesses de todos os intervenientes e principalmente da comunidade local.


Bibliografia
1.      AAVV. Enciclopédia do conhecimento – ciência e tecnologia, Resomnia Editores, Portugal, 1990.
2.      ALEXANDRE, Eduardo; O Papel do governo na Promoção da Mineração Artesanal e de Pequena Escala (MAPE) como Parte Integrante do Desenvolvimento Rural; Direcção Nacional de Minas- MIREM; CASM; 2009.
3.      BILA, Adolfo & SALMI, Jyreki. Fiscalização de recursos naturais e Fauna Bravia em Moçambique: passado, presente e acções para o melhoramento. Maputo, DNFFB, 2003:
4.      DIAS, Hildizina Norberto, at all, Manual das práticas pedagógicas, editora educar, Maputo, 2007.
5.      GAUDIANO, Edgar Gonzalez. Educação Ambiental. S/e, Lisboa, 2005;
6.      GIL, António, Carlos Métodos e Técnicas de Pesquisa Social.6º Edição São Paulo Editora ATLAS.SA-2010.
7.      GCL (GEOIDE CONSULTORIA LIMITADA), Estudo sobre a “Mineração Artesanal, Associativismo e Tecnologias Para o seu Aproveitamento Sustentável, CHIMOIO, 2010.  
8.      GONÇALVES, L.D.P.; LIMA, N. de F.C.; SOUZA, R.N.B. de Impactos ambientais em área de garimpo. 2003.“ Disponível em: < http://geografia.igeo.uerj.br/xsbgfa/cdrom/eixo3/3.4/116/116.htm.> Acesso em: 24 de Agosto de 2013. http://encyclopedia2.thefre , Acesso aos 03/01/2013, 23:37.
9.      IVALA, Adelino Zacarias, HDEZ, Jorge Martinó, LUÍS, Albertino, orientações para elaboração de projectos e monografias científicas, Universidade Pedagógica, Nampula, 2007.
10.  LAKATOS, Maria Eva, Fundamentos de Metodologia Cientifica, 3ª Edição, São Paulo, Editora Atlas, 1991.
11.  ________________________, Metodologia de Trabalho Cientifico, São Paulo, Atlas S.A editora, 2008,
12.  INE (INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA). Sinopse dos Resultados Definitivos do 3º Recenseamento Geral da População e Habitação: Província da Manica. 3º Censo Geral da População e Habitação 2007. Maputo, INE, 2009;
13.  INE (INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA). Atlas Sócio-demográfico: Província de Manica. Maputo, INE, 2005;
14.  INE, (INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA) (2008), disponível pelo site: www.ine.gov.moz,10/31/2014,14h:54
15.  MICOA, Manual do Educador Ambiental, Maputo, Agosto de 2009 
16.  MANZINI, E. J. A entrevista na pesquisa social. Didática, São Paulo, v. 26/27, 1990/1991.
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18.  MENDES Guimarães, A contribuição da geologia na construção de um padrão de Referência do mundo físico na educação básica, Revista Brasileira de Geociências, 2004.
19.  SILVA Souza Paulo, Impactos ambientais causados por mineração, 1ª edição, editora, São Paulo, 2007. 
20.  SERRA, Carlos Jr. & CUNHA, Fernando. Manual de Direito do Ambiente. S/e, Maputo, Editora Centro de Formação Jurídica e Judiciária, 2003;
21.  SERRA, Carlos. Colectânea de Legislação do Ambiente. 3ª ed., Maputo, Editora Centro de Formação Jurídica e Judiciária, 2007;
22.  SACARÃO, G. F. Ecologia e Biologia do Ambiente. Vol. 2. As interdependências e o Homem. S/e, Lisboa, Publicações Europa-América, 1991;




Glossário
Ambiente é aquilo que cerca ou envolve os seres vivos ou as coisas.
Actividade mineira são operações que consistem no desenvolvimento, de forma conjunta ou isolada, de acções como o reconhecimento, prospecção, pesquisa, mineração, processamento e tratamento.  
 Biodiversidade - é a variedade e variabilidade entre os organismos vivos de todas as espécies. Compreende ainda, os ecossistemas terrestres, marinhos e aquáticos. É a riqueza da vida no planeta Terra.
Comunidade - é o conjunto de populações interdependentes que vivem em determinada área geográfica.
Conservação - gestão e utilização racional dos recursos naturais para o melhoramento da vida da humanidade. Portanto, é a utilização dos recursos naturais tendo em conta a satisfação dos mesmos pelas futuras gerações.
Degradação ambiental - é a alteração adversa das características do ambiente, e inclui entre outras, a poluição, a desertificação, erosão e desflorestamento.
Desertificação - é a degradação das terras com perda de produtividade dos solos resultantes das actividades humanas tais como a agricultura, pastoreio intensivo, queimadas desflorestamento e causas naturais (mudanças climáticas) em regiões áridas e semi-áridas.
Ecologia - é a Ciência que estuda as interacções entre os seres vivos e o seu meio ambiente.
Ecossistema - compreende o conjunto de componentes abióticos (substrato natural, por ex. o ar, a água, luz solar, solo, etc.) e bióticos (micro, meso e macro fauna e flora) que num determinado meio trocam matéria e energia.
Educação Ambiental - é um processo de reconhecimento e clarificação de valores e conceitos de modo a desenvolver habilidades e atitudes necessárias para compreender e apreciar as inter-relações entre o Homem, a sua cultura e o seu meio biofísico circundante.
Educação Ambiental Formal - é aquela que ocorre dentro do processo educativo desde o ensino pré-primário, primário, básico, secundário, técnico-profissional e superior.
Exploração - significa tirar proveito ou benefício de uma determinada coisa ou seja, recurso.
Floresta - cobertura vegetal capaz de fornecer madeira ou produtos vegetais, albergar a fauna e exercer um efeito directo ou indirecto sobre o solo, clima ou regime hídrico.
Gestão Ambiental - é a utilização racional e sustentável dos componentes ambientais, incluindo o seu recurso, reciclagem, protecção e conservação.
Habitat - é o lugar onde uma espécie pode ser encontrada, o seu “endereço” dentro de um ecossistema.
Impacto ambiental - refere-se as alterações ocasionadas pelo Homem sobre o meio ambiente, podendo ser benéficas ou perniciosas, ou ainda positiva ou negativa.
Meio ambiente - é o conjunto de condições, leis, influências e integrações de ordem física, química e biológica que permite abriga e regem a vida em todas as suas formas, SERRA ( 2007).
Mina - é a jazida mineral em fase da lavra, abrangendo a própria jazida e as instalações de extracção, beneficamente e apoio.
Mineral - é toda substância natural formada por processos inorgânicos e que possui composição química definida.
Minério - mineral ou associação de minerais que pode, sob condições económicas favoráveis ser utilizado como matéria-prima para a extracção de um ou mais metais.
Preservação - manter os recursos naturais no estado em que foram herdados do passado ou evitar que os mesmos se alterem.
Problema ambiental - é aquele que resulta da constatação da diferença entre um estado ambiental concreto e a situação desejada.
Protecção - acções que garantem que o ambiente não seja prejudicada, através da regularização das descargas de resíduos, emissão de poluentes e outras actividades humanas danosas.
Recurso - qualquer coisa que recorremos para a satisfação das nossas necessidades.
Recurso natural - qualquer elemento ou componentes do ambiente natural, como o ar, a água, o solo, a floresta, a fauna e minerais.
Risco - é a probabilidade de que um perigo natural ou humano recaia sobre um sistema sócio-económico ou ambiental com um certo grau de vulnerabilidade.
Sustentabilidade - capacidade de um ecossistema sobreviver num determinado tempo.
Território -  unidade espacial que alberga as colectividades humanas.  Geralmente representa-se por estado, sociedade ou nação, empresas e indivíduos.
Recursos Naturais são geralmente entendidos como todos aqueles que constituem uma dádiva, sua existência não decorre da acção humana e que sejam úteis para o alcance do desenvolvimento económico.
                    






[1] A prevenção inclui actividades que visam incutir as boas práticas no maneio, conservação e uso racional e sustentável dos recursos minerais, bem como o cumprimento da lei e evitar práticas ilegais.
A detecção inclui a monitoria e actividades de inteligência que visam a identificação de locais de maior incidência de actividades ilegais e dos transgressores sistemáticos e crónicos da lei das regras estabelecidas. (…).
A repressão é a componente mais delicada que, se as duas primeiras componentes funcionassem adequadamente, dispensariam o seu uso. 

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